Quando se está perto de completar os 9 meses (ou 40 semanas, para os mais técnicos), ansiedade e preocupação não costumam faltar para conhecer o novo integrante da sua família. Porém, em meio a tudo isso, não se pode esquecer, em hipótese alguma, do teste do pezinho.

Teste do pezinho entenda sua importancia para os recem nascidos meio

Pode ser que você já tenha ouvido falar sobre isso, especialmente se já está vivendo a espera pelo nascimento do pequeno. Pelo sim ou pelo não, conhecer mais sobre ele trará uma dose extra de tranquilidade à vida de pais e cuidadores, pode acreditar.

Nos acompanhe na leitura para aprender mais sobre o exame do pezinho (também chamado de triagem neonatal), suas diferentes variações, quando deve ser realizado e quantas doenças pode detectar.

O que é teste do pezinho?

Tecnicamente chamado de triagem neonatal, o teste do pezinho é um conjunto de exames laboratoriais feitos assim que o bebê nasce. Idealmente, ele é realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, como veremos com mais detalhes a seguir.

O exame do pezinho é superimportante para garantir a saúde do bebê ao longo de toda a sua vida, já que ele é capaz de identificar doenças que nem sempre manifestam sintomas. Logo, em outras palavras, caso ele não seja realizado, os pais e responsáveis podem não saber as condições de saúde do bebê.

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Aproveitamos aqui para dizer que nosso objetivo com essa afirmação não é, de maneira nenhuma, trazer medo ou desconforto aos pais e cuidadores, mas, sim, deixar claro que o teste do pezinho é fundamental para entender a saúde do bebê e, caso ele tenha algum tipo de doença, que o tratamento seja iniciado o quanto antes.

Como é feito o teste do pezinho?

Se você está se perguntando por que a triagem neonatal é chamada de teste do pezinho, chegou a hora de descobrir: o exame é feito mediante a retirada de algumas gotas de sangue do calcanhar do bebê.

O calcanhar é uma parte do corpo que é rica em vasos sanguíneos, o que torna a coleta possível com uma única punção. O teste é bem rápido e quase indolor, mas é possível que o bebê chore um pouco – afinal, ele não está acostumado com o fato de ter alguém picando seu pé.

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Quando é feito o teste do pezinho?

Quando se pensa no exame do pezinho, uma das dúvidas mais comuns diz respeito ao momento em que ele é realizado. A resposta? A recomendação dada pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) é de que o teste seja feito entre o 3º e o 5º dia de vida do pequeno.

O objetivo de identificar eventuais doenças que o bebê pode ter o quanto antes, de modo que os tratamentos necessários possam iniciar rapidamente. Afinal, quanto antes se identificar alguma doença, mais rápido pode iniciar o tratamento e, por consequência, sequelas podem ser evitadas.

Embora haja essa recomendação do período em que o exame deve ser feito, vale trazer alguns dados do PNTN, que estão no mesmo link que foi referenciado acima. Ele mostra, entre os testes do pezinho realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017, quando eles foram realizados. Veja:

  • 53,51% até o 5º dia de vida.
  • 18,27% entre o 6º e o 8º dia.
  • 12,77% entre o 9º e o 15º dia.
  • 8,2% entre o 15º e o 30º dia.
  • 4,53% depois de 30 dias de vida.

Fica claro que a grande maioria dos exames realizados pelo SUS em 2017 se concentra entre o 3º e o 5º dia de vida dos bebês, o que é muito bom. O objetivo, porém, é que isso seja cada vez maior, como uma forma de prevenção e cuidado com os bebês.

Isso já acaba com outra grande dúvida, que é se pode fazer o teste do pezinho depois de 7 dias. Isso é possível, claro, mas o ideal é na janela entre o 3º e o 5º dia de vida.

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Ao conferir os indicadores da triagem neonatal no Brasil, com dados que vão até 2020, é possível verificar três informações muito interessantes, dispostas nesta ordem: recém-nascidos vivos registrados no SINASC (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos); número de recém-nascidos triados; e cobertura percentual do PNTN.

  • 2016: 2.857.800 | 2.322.620 | 81,27%.
  • 2017: 2.919.928 | 2.452.113 | 83,98%.
  • 2018: 2.943.130 | 2.450.807 | 83,27%.
  • 2019: 2.849.146 | 2.281.617 | 80,08%.
  • 2020: 2.726.025 | 2.249.844 | 82,53%.

Os percentuais são altos, mas ainda passíveis de muita melhora, dado que de 14.296.029 recém-nascidos de 2016 a 2020, 2.539.028 não foram triados, o que é um sinal de alerta.

Leia também: Teste de linguinha: como é feito e para que serve?

Quais são as doenças detectadas no teste do pezinho?

Temos aqui outra grande dúvida. Afinal, há diferentes tipos de teste do pezinho, o que pode trazer alguns questionamentos para os papais e mamães, sejam eles de primeira viagem ou não.

De acordo com divulgação do Governo Federal, até então, apenas seis doenças eram rastreadas pela triagem neonatal oferecida pelo Sistema Único de Saúde. São elas:

  1. Fenilcetonúria;
  2. Hipotireoidismo congênito;
  3. Síndromes falciformes;
  4. Fibrose cística;
  5. Hiperplasia adrenal congênita;
  6. Deficiência de biotinidase.

Digamos que esse era o “teste do pezinho básico”, oferecido pelo SUS, ou seja, gratuito. Pais e cuidadores que quisessem ter acesso a um exame mais completo poderiam optar por eles, mas isso acarretava em um custo.

Um bom exemplo fica com o Instituto Jô Clemente (IJC), que oferece, até o momento de criação deste conteúdo, quatro tipos de testes do pezinho:

  1. Teste do pezinho básico: correspondente ao que era oferecido pelo SUS.
  2. Teste do pezinho MAIS: além do que tem o básico, inclui também os diagnósticos de deficiência de G-6–PD, galactosemia e toxoplasmose congênita.
  3. Teste do pezinho SUPER: consiste em um diagnóstico de 48 patologias, sendo um dos mais completos existentes. Além do que aparece no teste do pezinho MAIS, oferece outros 38 diagnósticos de defeitos do metabolismo dos ácidos graxos e acidemias orgânicas e também aminoacidopatias.
  4. Teste do pezinho para SCID e Agama: consegue detectar um grupo de doenças genéticas graves em que não há produção de células de defesa T e/ou B, nem de anticorpos protetores. Pode ser associado a qualquer um dos exames anteriormente citados ou a critério médico.

Certamente, quanto maior for o leque de possibilidades a serem analisadas por meio do exame do pezinho, melhor, e aqui temos uma boa notícia: foi sancionada a Lei nº 14.154, de 26 de maio de 2021, que aperfeiçoa o PNTN estabelecendo outro rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho.

Trocando em miúdos, ampliou-se para 50 o número de doenças rastreadas pelo teste do pezinho oferecido pelo SUS, abrangendo 14 grupos de doenças e, com isso, permitindo um diagnóstico muito mais amplo nos pequenos.

A lei, que entrou em vigor 365 dias depois de sua publicação, contempla uma ampliação do exame de maneira escalonada, ou seja, isso acontecerá aos poucos. Porém, é uma vitória e tanto ter um escopo tão maior contemplado no exame do pezinho feito pelo Sistema Único de Saúde, aumentando seu acesso.

Bônus: você conhece o Junho Lilás?

Já se tornou praxe associar alguns meses a cores, de modo a trazer mais destaque para a prevenção de determinadas doenças e condições de saúde, como temos o Outubro Rosa e o Novembro Azul. O que queremos destacar aqui, porém, é o Junho Lilás, que é o mês do teste do pezinho.

Basicamente, 6 de junho é o Dia Nacional do Teste do Pezinho e escolheu-se o mês para a conscientização desse exame tão importante, ao passo que a cor lilás foi escolhida por remeter à tranquilidade e à transformação.

Portanto, se você não conhecia o Junho Lilás, conheça aqui a importância desse exame para todos os recém-nascidos.

Confira também: Teste da orelhinha: como é feito, o que é e qual sua importância.

Teste do pezinho: uma necessidade para os bebês

Dado tudo que foi explicado aqui, a triagem neonatal mostra-se como algo muitíssimo importante. Afinal, encontrar alguma doença ou condição de saúde mais cedo significa que é possível entrar com o tratamento o quanto antes e, assim, permitir uma vida mais tranquila e saudável para os pequenos.

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Ainda mais com a ampliação do rol de exames cobertos pelo SUS, a tendência é de que diagnósticos tardios tornem-se menos comuns, o que consequentemente significa uma qualidade de vida muito melhor para as crianças.

Se você está esperando pelo seu bebê ou conhece alguém que esteja nessa fase, lembre a pessoa sobre a importância do exame do pezinho. Compartilhe este conteúdo com ela e divida o acesso a informações tão importantes.

Além da saúde do corpo, o bem-estar da mente e a diversão não podem ficar de lado. Então, depois de aprender mais sobre teste do pezinho, triagem neonatal e afins, conheça o Clube Quindim e receba os melhores livros infantis em sua casa todos os meses, escolhidos por algumas das maiores referências literárias do Brasil!