Entenda como é feito o teste da orelhinha e POR QUE ele é essencial para a saúde dos pequenos

A descoberta da gravidez é um momento de alegria, e nos meses até o nascimento do bebê o amor pelo pequeno cresce a cada dia. É natural que as futuras mamães saibam que precisam fazer o pré-natal, mas após o nascimento os cuidados continuam com testes e exames — entre eles está o teste da orelhinha.

Teste da orelhinha. Bebe dormindo.

São realizados diversos exames ainda nos primeiros dias de vida do recém-nascido para verificar sua saúde como um todo. O teste da orelhinha (também chamado de teste do ouvidinho) é um deles e é obrigatório.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 1,5% da população do nosso país têm algum grau de comprometimento auditivo. Por isso, o teste é fundamental para detectar o quanto antes quaisquer alterações na audição.

Se você não sabe muito bem o que é o teste da orelhinha ou tem outras dúvidas sobre o assunto, leia este artigo até o final.

O que é o teste da orelhinha?

O teste da orelhinha também é conhecido como Triagem Auditiva Neonatal e consiste em um exame super importante que detecta como está a audição do recém-nascido, se há algum problema auditivo ou se precisa de investigação.

O Conselho Federal de Fonoaudiologia e outras organizações e entidades estimulam que o teste seja feito ainda na maternidade, antes que mãe e bebê tenham alta hospitalar. Além disso, o exame é obrigatório e garantido pela Lei Federal nº 12.303/2010.

Sendo assim, o profissional capacitado realiza o exame ainda nos primeiros dias do bebê. O objetivo do teste é identificar se a criança tem algum grau de perda auditiva, pois o esperado é que ela possa ouvir logo após ter nascido.

Teste da orelhinha. Bebe com dedinho na orelha

Como o teste é feito?

Antes de tudo, é importante ressaltar que o exame não causa nenhum tipo de dor ou desconforto no bebê. Muitos pais ficam com receio de sujeitar os pequenos recém-nascidos a tantas verificações logo nos primeiros dias de vida — mas essas etapas são extremamente importantes para o crescimento saudável da criança.

A Sociedade Brasileira de Pediatria chama o teste de “exame de emissões otoacústicas evocadas” e explica que é o método mais moderno para observar problemas auditivos nos bebês.

O método utiliza a emissão de estímulos sonoros para avaliar as reações do bebê aos sons, assim como analisa a captação do retorno do som por uma pequena sonda que é colocada no ouvido da criança.

O teste dura, em média, de 5 a 10 minutos. Depois dos testes, o médico verifica se há alguma alteração. Em casos em que são identificadas alterações, o profissional encaminha o bebê para fazer um exame de audição mais completo a fim de ter um diagnóstico mais exato.

Alguns casos aumentam as chances de o bebê nascer com algum problema auditivo, como em:

  • Partos prematuros;
  • Crianças que nascem com peso baixo (menos de 2.5 kg);
  • Bebês com má formação nos ossos da face ou próximos da orelha;
  • Quando há casos de surdez na família;
  • Se a mãe teve infecções durante a gravidez, como herpes, sífilis, rubéola, toxoplasmose, HIV ou citomegalovírus.

Qual é o próximo passo após o exame?

Nem sempre os resultados saem como o esperado, e se após a realização do teste o médico identificar qualquer tipo de alteração, logo o bebê é encaminhado para fazer exames complementares e uma avaliação otorrinolaringológica completa.

O fonoaudiólogo é o profissional responsável por fazer o acompanhamento e deve estar presente em todas as fases. Dessa forma, desde a detecção do problema, o diagnóstico e a intervenção do caso são realizadas com a ajuda do especialista.

Em alguns casos, o resultado do teste é alterado porque o ouvido do bebê pode ter resquícios de líquido amniótico. Quando isso acontece, é recomendável que o exame seja repetido um mês depois.

Quando o bebê precisa fazer o exame?

O Conselho Federal de Fonoaudiologia recomenda que o teste da orelhinha seja feito ainda na maternidade. Assim, é possível detectar de maneira precoce qualquer grau de surdez no recém-nascido — bem como dar acolhimento e orientações para os pais, caso exista alguma alteração.

O teste do ouvidinho é gratuito e toda maternidade ou hospital que faz partos deve fornecer o exame gratuitamente. Além disso, nos meses seguintes é preciso observar o desenvolvimento do bebê e notar se ele ouve bem. Entre os 7 e 12 meses o pediatra pode requisitar a avaliação novamente para conferir como está a audição da criança.

Teste da orelhinha. Imagem da orelha de um bebe

Quando o feto começa a desenvolver a audição?

Antes de continuar, vamos falar de uma curiosidade. Será mesmo que o bebê ouve quando cantamos, falamos ou contamos histórias enquanto ele está no ventre da mãe? A resposta é sim!

A partir do quinto mês de gestação o feto já consegue escutar sons externos, portanto conversar com o bebê e ler para ele ainda na barriga é uma forma de estimular a audição e criar um vínculo mais profundo.

No último trimestre de gravidez, os bebês costumam se mexer mais na barriga e podem responder a estímulos sonoros. Por isso, esse é um ótimo momento para começar a ler para seu bebê que ainda está na barriga. A leitura é uma ótima forma de ajudar o bebê a reconhecer as vozes dos pais e das pessoas com quem ele vai conviver após o nascimento.

Ter uma rotina de leitura com o bebê durante a gravidez não só aumenta as chances de sentir uma reação do pequeno ou pequena a estímulos sonoros como também estimula o desenvolvimento de linguagem e a percepção sensorial. Além de ser um modo de fortalecer o vínculo da família, a leitura é um excelente hábito que a família pode levar para a vida toda! Gostou dessa dica?

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Qual a importância de fazer os testes obrigatórios nos recém-nascidos?

A audição influencia de diversas formas para o desenvolvimento infantil. Nesse sentido, se a criança tem algum nível de surdez, é importante que ela tenha um acompanhamento especializado.

É por meio da audição que o bebê começa a ouvir sons e passa a desenvolver a linguagem, por exemplo. Portanto, não ouvir faz que a capacidade de fala seja comprometida, pois impede que ela receba as informações sonoras.

Desse modo, o teste da orelhinha é fundamental para que a criança cresça de forma saudável, mesmo se houver algum problema auditivo. Outros aspectos que podem ser observados para identificar que a criança não ouve bem:

  • Não responde aos chamados;
  • Não tem reação a barulhos fortes;
  • Não se interessa por brinquedos que emitem sons;
  • Demora para começar a dizer as primeiras palavras.

Veja também: 5 maneiras de estimular o bebê na barriga

Como saber o que é ESPERADO em cada etapa do crescimento do bebê?

Em cada fase do desenvolvimento da criança, é possível notar se a audição do bebê está boa ou se há algum comprometimento. Confira como identificar com base nos estágios abaixo:

  • De 0 a 3 meses: o recém-nascido acorda ou chora com sons repentinos ou que sejam muito intensos, assim como se acalma ao escutar uma voz familiar;
  • De 3 a 6 meses: o bebê já mexe a cabeça e olha para os lados procurando de onde vem o som, balbucia alguns sons para ouvir a própria voz e também já reconhece a voz da mãe;
  • De 6 a 9 meses: a criança já reconhece e localiza sons vindo de diversas direções e reconhece as vozes de membros da família;
  • De 9 a 12 meses: o balbucio fica mais intenso e a criança começa a tentar as primeiras palavras, como “mamá” ou “papá”, além de entender ordens verbais (“não”, “dá” etc.).

Qualquer dificuldade relacionada à audição deve ser diagnosticada o quanto antes para que a criança tenha o acompanhamento adequado. Não é à toa que o teste da orelhinha é obrigatório e assegurado por lei, tamanha a sua importância. Além do mais, ouvir a voz materna, paterna, escutar música e até ouvir histórias são coisas muito gostosas na infância.

No quesito de leituras infantis, o Clube de Leitura Quindim tem livros para todas as idades — inclusive para ler enquanto o bebê ainda está se desenvolvendo dentro do ventre materno!

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