Escolher livros infantis para crianças de até 2 anos pode ser uma tarefa difícil, mas nós podemos ajudar! Até a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda: leia para uma criança. E quanto antes, melhor. Aqui no Clube Quindim, recomendamos desde a gestação, uma vez que a audição já começa a se desenvolver na barriga.
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Por que ler com uma criança pequena
Ao ler com uma criança, mesmo que ela ainda não entenda o sentido das palavras, ela compreenderá aos poucos as entonações, os ritmos e até mesmo as expressões que você faz durante a leitura. Quando você lê para ela, não consegue mexer no celular ou preparar a janta ao mesmo tempo: precisa estar ali integralmente. E a criança percebe isso desde bebê. Esse tempo de qualidade irá refletir no vínculo de afeto que vocês estão construindo, melhorando até os índices de problemas de relacionamento. Além disso, se conseguir fazer dessa leitura um hábito, verá que ela pouco a pouco começará a balbuciar as palavras da narrativa, aprenderá a virar as páginas, se apropriará da rotina de leitura que você criou.
Para ajudar nesse processo, trouxemos uma lista com dez livros infantis para crianças de até 2 anos. Esperamos que essas histórias tragam belos momentos em família!
10 livros infantis para crianças de até 2 anos
1. Este livro comeu o meu cão!
Este livro conta a história de Bella, que andava tranquilamente pela página quando seu cachorro desapareceu no meio das páginas. Ela puxava e puxava a coleira, e nada do cachorro voltar. Todos que vieram ao seu socorro sumiam da mesma forma. Este livro propõe a intervenção do leitor na história como solução para as loucuras que aconteciam à Bella.
A obra também dialoga com a ideia do livro como uma tecnologia que precisamos apreender: a leitura da esquerda para a direita, de cima para baixo, a virada das páginas. Para os bebês, essas questões são desconhecidas, e essa história é uma ótima forma de começar a incentivar o bebê a se apropriar do livro enquanto objeto (além de ser uma narrativa divertidíssima).
2. Faz de conta
Para as crianças pequenas, o tempo de faz de conta pode ser um pouco disperso. Muitas vezes, ela começará uma brincadeira e logo partirá para outra. O mesmo acontece quando lemos um livro para elas. Isso porque o mundo está cheio de novidades que elas precisam descobrir. Deixar-se ir livremente em uma discussão ou narrativa paralela que foge do proposto é também uma grande oportunidade para se navegar em outros mares.
Por isso, dê as mãos à criança e deixe-a guiá-lo também. Há muitos mundos para se descobrir! Diferentes objetos podem sugerir diferentes interpretações e experiências para a brincadeira. Para a criança exercitar mais o seu imaginário, ofereça objetos que não tenham sentido por si só, mas que precisem da imaginação. Crianças fazem isso naturalmente ao brincar com a caixa e ignorar o brinquedo. Nesta história, temos um galho trazido pelo cachorro que se transforma em um convite para uma grande aventura.
3. Tapajós
Nesta obra de Fernando Vilela, acompanhamos o cotidiano de Cauã e Inaê, que vivem em um vilarejo às margens do rio Tapajós em uma casa de palafitas. Quando o tempo é marcado pela estação das chuvas, eles têm de se mudar de casa. Trata-se de uma realidade brasileira tão diferente da dos grandes centros urbanos! Nessa obra, vemos que há outras formas de viver além daquela restrita ao nosso pequeno universo pessoal.
Além da narrativa do texto, há muito para se ver e conhecer sobre a vida de Cauã e Inaê nas ricas imagens do autor, seja pelos detalhes da vegetação característica, na textura da água que reproduz o momento das estações, pelas roupas dos personagens, as redes onde eles dormem, os animais etc. Tudo isso faz parte da nossa rica cultura e natureza brasileira.
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4. Jacaré, não!
Nesta história, o autor brinca com os agrupamentos de elementos por categoria. A partir de cenas comuns ao cotidiano de uma criança, a obra apresenta elementos que a cerca, nomeando-os, ajudando os pequenos no processo de reconhecimento de mundo e de alfabetização. São tantas coisas que existem ao seu redor e tantas novidades! Nas ilustrações, você encontra uma infinidade de leituras e por isso é importante instigar os pequenos a fazer esse percurso com o olho. Os bebês ficarão vidrados com a brincadeira da repetição e o jogo de contraste que a ilustradora produziu.
5. Uma lagarta muito comilona
Este é um clássico da literatura infantil mundial. Trata-se de uma linda história que fala sobre a vida e suas transformações. O nascimento da lagarta, seu desenvolvimento e sua metamorfose em borboleta mostra para a criança a sua própria trajetória. Desde que o bebê saiu do “ovo”, que é a barriga da mãe, ele começa a se adaptar a uma outra forma de passagem de tempo. A história trabalha com a mudança dos dias da semana e o aumento da quantidade de comida que a lagarta não para de comer.
6. O elefante caiu
Quando enfrentamos um problema, é comum nos unirmos para pensar em soluções. Essas reuniões, porém, nem sempre são lá muito produtivas. E por vezes, fazer algo junto não significa caminhar para a mesma direção… Esta história fala do esforço individual e coletivo. Na metáfora do animal elefante, do seu tamanho e do seu peso, o autor mostra a importância de encontrarmos motivações que nos façam levantar e seguir adiante. Mesmo depois de todos já terem desistido. Existe o ditado: um elefante incomoda muita gente. Dois elefante incomodam, incomodam muito mais…
Repare que muitas vezes o adulto coloca uma certa “pressão” para a criança engatinhar, caminhar, se levantar. Essa história nos faz refletir que tudo acontece no seu tempo, com um “empurrãozinho” que é particular para cada um.
7. Livro clap
Quantos sons existem no mundo? A palavra inglesa clap que, em português significa aplauso, é o título deste livro que brinca com som, movimento, cor e a imaginação de crianças e adultos. Esse objeto-livro reúne traços de brinquedo e traços que o tornam literário, fazendo circular sentidos e sensações para as crianças de todas as idades.
Ao brincar, a criança se revela em suas coragens e medos. Imite as onomatopeias, os sons, abrindo e fechando o livro. Você o verá bater de palmas, tambores e muito mais. É assim que este livro instiga a criança a descobrir sons e movimentos que estão relacionados com pessoas, animais e objetos.
8. Um abraço passo a passo
Este livro brinca com o aprendizado da criança em caminhar e superar a dificuldade de se equilibrar nos dois pés avançando na busca da segurança e do conforto de um abraço.
A leitura de um livro é muito próxima ao processo de aprendizado de uma criança para caminhar. A criança precisa se focar em cada etapa: na junção das letras que formam as palavras, avançar na frase para construir sentido e por fim chegar ao final da história. O jogo de palavras escolhido pelo escritor Tino Freitas é muito bem trabalhado pelas ilustrações da artista Jana Glatt, que, usando aquarela, tinta acrílica e lápis de cor, transforma as páginas do livro em cenários lúdicos que completam a grande aventura que é sair caminhando.
9. Que bicho doido!
De um mesmo contorno, pode-se criar os mais diferentes bichos, reais ou inventados. Os sons, grunhidos, uivos, guinchos, fazem parte da brincadeira. Neste livro, vemos como uma mesma silhueta pode se transformar nos mais variados elementos – no caso, nos mais variados bichos.
Com cerca de um ano, a criança começa a desenvolver a fala, e é muito comum utilizar onomatopeias nesse processo, como au-au, qué-qué, miau etc. Este livro brinca com as onomatopeias, tão familiares nesse período de apreensão da fala, mostrando por meio delas e das brincadeiras os mais diferentes sons. Solte-se durante a leitura e entre nessa brincadeira! Os dois, bebê e adulto, irão se divertir!
10. Os pescadores e as suas filhas
Esta obra traz o emblemático poema de Cecília Meireles ilustrado pela aquarelista Cris Eich. Um poema que fala sobre o cotidiano de pescadores, com seus dias ensolarados, o movimento dos barcos, o mar e as suas filhas. E o afeto, os desejos e os sonhos dos personagens. É assim dançando, nesse movimento de cores e cantigas de sol e água, que o canto das meninas invade os sonhos dos adultos cansados. É assim também, com o canto de nossos filhos, que renovamos, dia a dia, nosso olhar adulto e fatigado.
A leitura compartilhada em voz alta aguça a curiosidade do bebê, que fica esperando ouvir novamente a palavra, um novo som, um ritmo diferente, um acontecimento. O bebê acompanha a respiração, a pausa, as entonações e o ritmo que o adulto usa para contar a história. Essa leitura torna-se, assim, fundamental para o bebê se apoderar aos poucos da linguagem verbal e visual estruturando uma narrativa. Estruturando o pensamento.
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