Um elefante está caído no chão e não consegue se levantar sozinho. Então, pede ajuda a um amigo que tenta empurrá-lo com toda sua força. Estica, puxa, e... nada acontece! O clima é tenso. Mais cinco elefantes entram em cena buscando resolver o caso. Estudam o caso, pensam, calculam, mas sem saber o que fazer, decidem pausar para o almoço. Quem sabe de estômago forrado, alguém tem uma ideia que ilumine tudo?
Agora, reunidos, já somam dez elefantes. Eles decidem puxar o amigo que caiu no chão. Imagine só a energia de dez elefantes! Puxam, com muita força, só que em direções contrárias... O esforço foi gigante, mas não solucionou o problema. A manada desiste de ajudar o amigo e se vai, para a profunda tristeza do elefante que segue no chão. E, numa virada de página, surge um triz de criatura que impulsiona a arrancada do protagonista à solução do seu problema. A carreira é grande!
Essa história simples e imaginativa se apresenta como o cotidiano de todos nós, que corriqueiramente enfrentamos desafios e por vezes nos sentimos desencorajados a levantar da cama, a dar um novo passo, a fazer uma escolha ou a desbravar o porvir do dia que inicia. É também interessante atentarmos para as forças que regem a existência de cada um de nós, sejam elas internas ou externas, e que apontam para direções diversas: qual será a mais vigente?
Ivan Zigg usa do bom humor para compor texto e imagens. O protagonista na capa, estático, tenso, de papo para cima já deduz, no mínimo, um riso de canto de boca, quão improvável é pensar na cena. A surpresa do desfecho pode fazer o leitor soltar uma boa gargalhada.
Passada a euforia, ou numa releitura, possivelmente se questione: porque demorei tanto para resolver aqueeeeele problema?