No mês de novembro, o Clube Quindim selecionou livros especiais para serem enviados aos assinantes. São livros que tratam do tanto que acontece na convivência das relações humanas. Obras que sensibilizam ao abordar a amizade entre um menino e uma tartaruga, que surpreendem ao demonstrar a beleza da simplicidade do amor num inesperado romance entre uma sombrinha e um guarda-chuva, que nos fazem refletir sobre padrões quando revela as escolhas de uma garota da cidade que passa a viver com um povo indígena, mas que também nos fazem refletir sobre as diferenças que por vezes geram conflito e inveja. Conheça mais sobre elas!

Pré-leitor (0 a 2 anos)

Onde está tomas?
Autora: Micaela Chirif
Ilustradora: Leire Salaberri
Editora: Jujuba

Onde está Tomás?

Neste livro, acompanhamos as muitas brincadeiras de Tomás. Ele pode estar em um vulcão em erupção, em uma selva ou no espaço, sem sequer sair da cozinha. Trata-se de uma obra para se deixar levar pelo olhar livre da infância! As crianças podem criar narrativas complexas, inventar personagens e fazer conexões entre todos esses elementos. Mas isso não quer dizer que elas percam a noção da realidade, apenas que são capazes de deixá-la de lado e embarcar com grande potência nesses outros mundos. Ademais, esse livro também é um convite para os adultos: quando foi a última vez que você se deixou levar por uma brincadeira? Que tal aproveitar a deixa e os momentos com seu filho para se entregar à brincadeira e criar novos mundos com os pequenos?

bia-e-o-elefante
Autora: Carolina Moreyra
Ilustrador: Odilon Moraes
Editora: Jujuba

Bia e o Elefante

Aqui vamos acompanhar a relação entre Bia e o Elefante, que têm formas muito diferentes de viver, e não há nada de errado nisso! Muitas vezes nos pressionamos a seguir o padrão de vida de outras pessoas e acabamos nos frustrando, mas encontrar o próprio ritmo é um processo longo de autodescoberta, que nos ajuda a viver de forma mais leve.

Ao mesmo tempo, conviver com as diferenças pode ser tão rico para as relações humanas quanto conviver com as semelhanças – em especial quando, mesmo tão diferentes, compartilhamos os sonhos. Bia e o Elefante pode ser uma porta de entrada para discutir essas questões com os pequenos, além de encantar adultos e crianças com as belas ilustrações do premiado Odilon Moraes.

Leitor Iniciante (3 a 5 anos)

representatividade negra: pelo rio
Autora: Vanina Starkoff
Editora: Pallas Mini

Pelo Rio

Neste livro, fazemos uma viagem pelo rio, onde todos buscam o próprio ritmo para navegar. E não é assim na vida? Aqui temos uma metáfora para a vida e conforme todos navegam rio abaixo em busca do próprio ritmo, vão aproveitando a trajetória. Afinal, é um caminho onde encontramos nós mesmos, onde criamos relações, conexões e memórias. Para além da história, as ilustrações trazem personagens com diferentes características e diferentes cores de pele. Não, esse livro não aborda a temática da diversidade no seu texto, mas justamente por isso que é importante ter essas ilustrações tão variadas, afinal, nós precisamos apresentar personagens de diferentes etnias sempre e não apenas quando estivermos falando dessa pluralidade.

livros para crianças de 3 a 5 anos: capa-pedro-e-lua
Autor: Odilon Moraes
Editora: Jujuba

Pedro e Lua

Nesta história, vemos de forma muito bonita uma relação de amizade se formar. Pedro conhece uma tartaruga e a nomeia Lua, então juntos eles admiram a lua no céu. Até que Lua sente saudade de sua casa. E Pedro sente saudade de Lua.

Você se lembra da primeira vez que sofreu uma perda e como lidou com isso? Muitas vezes, pode ser difícil falar sobre essas questões com os pequenos, mas você sabia que as crianças também passam por perdas? Às vezes um amigo muito próximo muda de escola ou a criança muda de cidade… Até mesmo a troca de professores a cada ano pode trazer esse sentimento. As perdas fazem parte das relações humanas e por isso, o tema abordado por Pedro e a Lua é importante, pois mostra com muita sensibilidade o processo da criação de laços afetivos e, ao final, o da perda de uma figura querida. E, quando a criança vê que você também compartilha dessas emoções que ela sente, elas podem se sentir acolhidas e mais confortáveis para discutir seus sentimentos.

Leitor autônomo (6 a 8 anos)

o guarda chuva que desenguardachuvou
Autor: Claudio Fragata
Ilustradora: Raquel Matsushita
Editora: Trioleca

O guarda-chuva que desenguardachuvou

Nunca dois guarda-chuvas retrataram tão bem as relações humanas como nessa obra! Há muitas histórias de amor consagradas na literatura. Mas você conhece alguma que se passa entre um guarda-chuva e uma sombrinha? Por mais que os personagens possam parecer peculiares, nesta história eles se apaixonam como todos nós! O Sombrio, que antes parecia tão ranzinza, abre-se para novas possibilidades e se encanta pelo olhar da Sombrinha. E ela também começa a ver o mundo pela perspectiva dele. Conforme diz o poema do poeta português Mário de Sá-Carneiro: “Eu não sou eu nem sou o outro,/Sou qualquer coisa de intermédio”, Nesse encontro de duas pessoas, os dois se abrem para o outro e o acolhem como parte de si.

A força da palmeira. Mitos
A força da palmeira. Mitos

A força da palmeira

Essa é uma releitura de um conto tradicional do Magreb, na região norte da África. Contos como esse são contados oralmente de geração para geração e fazem parte do imaginário de uma região ou de um povo.

Em A força da palmeira, um homem cruel chamado Ben Sadok sentia apenas ódio pela vida. Uma tarde ele viu uma palmeira a crescer com grande delicadeza e, como não queria permitir tamanha alegria, colocou sobre ela a maior pedra que encontrou, mas o peso só fez as raízes da palmeira mais fortes e ela cresceu alta e imponente. A Força da palmeira fala sobre usar o peso da vida para crescermos ainda mais fortes, com raízes mais fundas. E ainda sobre a frustração de Ben Sadok, que, ao tentar provocar o mal, acabou por maximizar a força da palmeira.

Leitor Fluente (9 a 12 anos)

personagens femininas: minha familia enauene
Autora: Rita Carelli
Ilustradora: Anabella Lópes
Editora: FTD

Minha família enauenê

Este livro se passa em uma aldeia do povo Enauenê-nauê. Nela, conhecemos a história de uma menina da cidade que é adotada por uma família Enauenê-nauê e as peculiaridades da sua experiência como menina e como menino.

Durante a leitura, diversas questões sobre a construção de gênero em diferentes culturas são levantadas. Na aldeia do povo Enauenê-nauê, por exemplo, os papéis dos meninos e das meninas desde a infância são muito definidos. As meninas cuidam dos bebês e os meninos brincam… Mas fisicamente os meninos e as meninas são muito parecidos e como a personagem gosta muito mais dos papéis que os meninos desempenham, escolhe ficar no grupo dos meninos. Temos muito a aprender com a relativização desses estereótipos de gênero. Basta buscar em sua memória da infância os momentos em que desejou desempenhar um papel que era considerado inadequado para determinado gênero.

Representatividade negra. Capa do livro uma escuridão bonita do autor Ondjaki, editora Pallas
Autor: Ondjaki
Ilustrador: Antônio Jorge Gonçalves
Editora: Pallas

Uma escuridão bonita

Este livro nos traz de volta à infância, ao ócio despreocupado e às primeiras paixões. O texto de Ondjaki, repleto de alegorias, é acompanhado de ilustrações que brincam com o nosso olhar e nos levam à cena com os personagens.

Venha mergulhar no olhar livre dos jovens e no seu fascínio pelas novas descobertas, pelos sentimentos que começam a brotar dentro de si. Na obra, acompanhamos uma noite de conversas entre dois pré-adolescentes que, no meio de um apagão, assistem os carros passarem e se divertem com a simplicidade dos momentos juntos. Ondjaki nos convida a reviver nossas primeiras paixões neste livro, a lembrar a coragem que levou ao primeiro beijo, ao primeiro carinho, aos olhares tímidos que diziam tanto e a ansiedade de todos desses instantes tão memoráveis. Ler Uma escuridão bonita é se encantar a cada página e lembrar quão belo as relações humanas podem ser.

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