A professora de História Stéfanie Fanelli Casellato lembra que, na infância, nunca lhe faltaram livros. “Cresci numa família leitora, minha mãe é professora e sempre estimulou a leitura. Ela dizia, ‘olha, a mamãe pode não ter dinheiro para algumas coisas, mas se vocês me pedirem livros, eu compro’. Era uma regra na nossa casa”, lembra ela, que hoje tenta manter a mesma atitude com as filhas Sofia, de 2 anos e 5 meses, e Laura, de 2 meses.

Embora esse estímulo positivo existisse quando criança, Stéfanie recorda que nunca tinha lido um livro com uma protagonista negra como ela. “Cresci com muitos livros, mas mesmo assim não me enxergava ali. Na TV, também eram tão raros os personagens que me apeguei, um ou dois durante a minha infância inteirinha. Então eu sei como isso faz diferença, sabe? Essa é uma preocupação que eu tenho com as minhas filhas e tenho certeza que terá um impacto imenso na formação delas”, acredita. “Para mim, foi muito difícil. Só entendi a minha história e minha identidade depois dos 20 anos, já na universidade e com a ajuda do movimento negro”, conta.

Protagonismo preto na literatura: entenda a importância de apresentar livros com diversidade para as crianças desde cedo
Uma mulher adulta sentada em uma cadeira de rodas e segurando um livro, o mostrando para uma criança pré-adolescente.

O relato da professora coincide com tantos outros de pais e mães pretos que compartilham essa lacuna que vivenciaram na infância e que, hoje, tentam evitar que os filhos tenham. Stéfanie diz estar sempre atenta para oferecer livros com diversidade de protagonismo, capazes de aumentar o repertório de mundo de suas filhas, mas, sobretudo, para que elas possam se enxergar na história. Por isso, hoje Stéfanie é assinante do Clube de Leitura Quindim.

Afinal, sabemos que o que as crianças consomem também influencia na formação de sua autoimagem. “É fundamental que elas se enxerguem ali, que vejam a mãe, a diversidade. Faz muita diferença, porque é muito traumático viver num mundo em que você não se enxerga. Você não existe nos livros, você não existe nas histórias”, diz.

A escritora e ilustradora Carol Fernandes acrescenta que, por isso, é fundamental se amparar em conteúdos de qualidade. “É como se fizéssemos a nossa poupança subjetiva de imagens de um acervo simbólico e vamos nos fortalecendo a partir dele. E não só pelo livro, mas também por filmes, músicas, arte. Uma boa linguagem artística, que permita a participação do outro, é sempre um exercício de fortalecimento, não apenas individualmente, mas também coletivamente”, diz ela e completa: “Na construção da autoimagem, preciso de representações dignas, positivas e reais, não estereotipadas e reducionistas”.

Eu sou mais do que a minha dor

Embora haja pautas fundamentais que precisam ser continuamente discutidas – inclusive com as crianças –, como ancestralidade, resgate cultural e preconceito, as narrativas com protagonismo negro costumam, historicamente, ficar restritas às questões raciais ou apenas quando o livro aborda a pluralidade, sem uma narrativa própria desenvolvida para o personagem.

Portanto, é essencial que existam mais livros com protagonismo negro que apresentem situações do cotidiano, que dialoguem com a complexidade do crescimento dos pequenos e que mostrem sentimentos comuns a todas as crianças, como parte dessa busca por uma narrativa verdadeiramente inclusiva.

“É fundamental ter histórias de personagens negros em diferentes contextos. Existem várias maneiras de dizer a uma criança negra que o cabelo dela é lindo. Sim, você pode ter um livro sobre o cabelo em si, mas quando apresenta uma narrativa de uma criança brincando, se divertindo, explorando uma cidade fantástica e ela tem o cabelo crespo, você também está comunicando para a sua filha que o cabelo dela é lindo, que o cabelo dela é o de uma criança que viaja o mundo, sabe?”, destaca a professora Stéfanie.

Protagonismo preto na literatura: entenda a importância de apresentar livros com diversidade para as crianças desde cedo
Criança sorrindo.

Outro ponto a ser considerado para fortalecer a mudança desse cenário é que as editoras não devem se limitar a convidar ilustradores ou autores negros apenas para livros com temáticas sobre cultura africana. Essa prática, por si só, já seria questionável, pois implicaria assumir que há apenas um olhar negro, ignorando a imensa diversidade presente na cultura africana e ancestralidade negra.

“Existem boas editoras que já se preocupam em ter um catálogo que represente personagens negros de forma múltipla e não reduzido à sua condição racial. Mas eu, como uma autora negra, me pergunto se, às vezes, sou convidada apenas por ser negra para trabalhar em livros com temática racial. Mas não vou ousar responder, porque quem tem que se perguntar isso são as próprias editoras, né?”, aponta Carol.

E aqui cabe também uma reflexão complementar: para além dos livros, é igualmente crucial não convocar pessoas negras exclusivamente para discutir preconceito e violência. “A gente não é só dor. Claro que é importante falar do racismo, mas é fundamental não reduzir os indivíduos negros à dor. Acabo falando muito sobre isso, mas também estudei história da arte… Por que não podemos falar disso? Às vezes, não quero discutir a dor negra; posso também falar sobre rococó, sabe?”, diz Stéfanie.

“É importante falar da temática racial sim, pois o racismo na nossa sociedade ainda não foi superado. No entanto, acredito que parte da superação é também nos compreender de forma integral. Embora a questão racial seja bastante central para mim, eu vivo muitas outras coisas, né? Sou mulher, filha, irmã, namorada, trabalhadora, sou uma amante da natureza… Em breve, vou lançar um livro que não terá personagem humano, serão aves! Quero falar sobre tudo, não só sobre o racismo que me atravessa”, conclui Carol.

Um mundo todo para contar

Assim como Stéfanie, foi também na faculdade que Carol ampliou sua consciência racial. Já o interesse pela literatura surgiu como uma resposta a essa lacuna que ela sentia desde pequena. “Meu pai tinha uma trajetória acadêmica, mas não tinha essa cultura (de comprar livros infantis) e eles eram caros, né? Então, durante a minha infância eu não tinha acesso à literatura adequada para mim”, conta ela, lembrando que sempre foi uma pessoa muito interessada pelas narrativas das mulheres e dos mais velhos.

“Acho que se eu tivesse tido contato com uma literatura com a qual me identificasse, sem dúvida, isso teria me ajudado muito, porque eu sinto essa lacuna até hoje na minha formação leitora. Ter acesso hoje a livros, por exemplo, da Conceição Evaristo e da Maya Angelou, responde muita coisa dentro de mim”, conta.

Dona de obras infantis belíssimas – e já distribuídas pelo Quindim, como Fevereiro e Se eu fosse uma casa –, a artista mineira lembra que a partir desse movimento de ampliação da consciência racial e do contato com a literatura para as infâncias, algo mudou dentro dela. Depois de estagiar com curadoria de livros na biblioteca e dar aulas para crianças, percebeu que seu caminho estava se formando. Sem prática em escrita ou desenho, ela decidiu dar vazão à sua inspiração e, aos poucos, foi encontrando sua linguagem. Carol conta que, a cada livro, seu traçado se transforma. Tudo isso, claro, sem perder de vista as vivências pessoais que dão estofo ao seu trabalho. O resultado são 8 livros (por enquanto!), entre os de sua autoria solo e os realizados em parceria com outros escritores.

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“Sendo uma pessoa que compreende a importância dessa representação múltipla, diversa e positiva de um personagem que faz sentido na narrativa e não está ali apenas como uma peça curinga, para mim, representar a pessoa negra, é representar o meu mundo, dos meus familiares, das pessoas com as quais convivo, da pessoa que vejo no espelho. Vou te dar um exemplo: chega uma premissa do livro de um menino que é apaixonado pela lua, como foi com o Cosmonauta. Eu nem vou me questionar: vai ser um menino negro.”

E isso reforça a necessidade do que já dissemos acima, de abordar histórias com personagens negras em situações rotineiras, que tragam conforto, empatia, afetividade e projeção na mente da criança que está lendo. Carol lembra, por exemplo, que um pequeno leitor, quando viu o “Cosmonauta” comentou: “Ei, como é que ela sabe que eu sou assim? Ela me ilustrou!”. Já outra leitora mirim, batizou sua boneca de Carol Fernandes. “Eu, enquanto autora, entro na casa das pessoas e isso tem muito significado, assim como grandes autores entraram na minha casa e me permitiram enxergar que eu também poderia escrever, que eu também poderia ilustrar”, conta.

A autora diz que em Fevereiro, por exemplo, a ideia era focar no olhar de um menino acompanhando a família se organizar para uma manifestação cultural. “Inevitavelmente, estou trazendo as referências de uma família negra, porque é isso que eu vivo. É isso que eu sou, são as referências que me permeiam. Já o Se eu fosse uma casa não é um livro especificamente sobre temática racial, mas, como diz a Ananda Luz, é um livro de escrevivência, porque quem cria é uma autora negra. Então é óbvio que existe uma leitura racial para ser feita, né?”, diz.

Quanto mais livros (de qualidade) melhor!

Diferentemente da infância das entrevistadas, as crianças de hoje já encontram mais facilmente livros de qualidade, como os de Carol e outros autores importantes contemporâneos (confira 10 livros com representatividade negra). No entanto, foi um longo caminho até aqui.

Uma pesquisa do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB) mostra que, entre 2004 e 2014, somente 2,5% dos autores publicados não eram brancos e que apenas 4,5% dos personagens negros eram protagonistas das histórias. Hoje, dez anos depois, embora não haja dados comparativos atualizados, é possível perceber a ampliação do catálogo e dos autores em uma simples visita à livraria.

As razões dessa melhora são resultado de múltiplas ações vindas das demandas dos movimentos sociais que buscam fortalecer a cultura negra no país e ressaltar sua importância na formação da sociedade.

Além das cotas nas universidades – que ampliaram o leque da discussão e a presença negra nos meios acadêmicos –, a Lei 10.639, de 2003, estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no currículo e a inclusão no calendário escolar do dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”.

O impacto da lei foi sentido pelas editoras que modificaram seus materiais didáticos e passaram a incluir mais conteúdos voltados à temática racial. Além disso, houve o surgimento de novas editoras e selos especializados. E, aqui, há um lado positivo e um negativo: se por um lado, o mercado foi se abrindo a novos autores pretos e os conteúdos foram repensados, gerando material de diálogo mais rico com novas publicações e novos pesquisadores, por outro lado, houve também levas de materiais criados apenas para cumprir a nova lei, sem qualidade, envolvimento ou estudo apropriado.

“Até tem crianças de diferentes cores (no material didático), mas é por conta da lei. Isso é muito cansativo. Às vezes, é apenas para cumprir, e isso não deveria ser algo protocolar. Deveria fazer parte da agenda o ano inteiro e, infelizmente, não é o que a gente vê”, conta Stéfanie, que dá aulas no ensino médio e lida com esses materiais diariamente.

Pais e professores atentos conseguem diferenciar e compreender a importância de um conteúdo que não apenas segue a diretriz da lei, mas que também contribui para a discussão. “As famílias que se preocupam com uma educação antiracista, que estão envolvidas com esses novos projetos de sociedade, sempre estarão de olho nessa produção, se interessam em conhecer novos autores, querem saber o que vem por aí e também sabem o que não é legal e por que não é legal”, diz a ilustradora Carol.

É preciso furar a bolha e ter mais visibilidade

E se aqui no Quindim costumamos dialogar justamente com esses pais atentos, sabemos também que essa não é a realidade de todo o país. Se nem o hábito da leitura é difundido, quem dirá se preocupar se os livros trazem diversidade com qualidade. Por isso, é importante furar a bolha, uma vez que comprar livros ainda é inacessível para a maior parte da população.

Segundo o IBGE, sete em cada 10 trabalhadores têm renda de até dois salários mínimos, ou seja, o livro ainda é um artigo de luxo para a maioria. “As pessoas que já têm a literatura em seu cotidiano e que se atentam a ela, sem dúvidas isso as fortalece, mas eu acho que, de modo geral, as políticas públicas precisam garantir uma disseminação da literatura e das artes para todos”, aponta Carol.

Protagonismo preto na literatura: entenda a importância de apresentar livros com diversidade para as crianças desde cedo
Duas crianças lendo um livro, o menino abraçado à menina que conta a história.

Ela acredita que avançamos bastante, mas que ainda falta um tanto para caminhar. “Eu percebo que os selos, no geral, têm uma ampliação de livros com esses protagonismos e mais diversidade. Mas dá para melhorar muito! Ainda existem editoras onde têm apenas um autor negro no catálogo e, normalmente, com um livro de uma temática racial especificamente. Por que não refletir sobre uma equidade de autores e de temáticas?”, questiona.

E, embora alguns livros infantis hoje tenham mais divulgação e visibilidade, como é o caso de obras de personalidades famosas como Lázaro Ramos e o rapper Emicida, ainda são os selos independentes que trazem mais diversidade de autoria e ilustração, porque dialogam justamente com essas vozes que ainda não estão dentro do circuito, mas que têm muito a dizer.

“São trabalhos que eu admiro muito (do Lázaro e do Emicida), porque dialogam com a verdade desses autores. Mas falando sobre o movimento do mercado propriamente, é ficar ali na zona de conforto atuando com pessoas que já são muito consagradas. E aí caímos de novo numa outra armadilha racista que é a de massificar e de homogeneizar. A população negra brasileira não é só o homem negro da zona urbana. Ela é muito diversa, tem muita coisa para ser contada a partir de muitas perspectivas. Por isso que eu não posso virar a voz única, né?”, diz Carol e completa o recado: “O mercado ainda precisa se esforçar muito e isso não vai ser feito de forma pacífica. Vai ser sempre uma resposta de uma cobrança: ‘vamos nos atualizar, vamos trazer outras vozes, vamos abrir espaço para quem está chegando’”.

Educação antirracista é todo dia!

As crianças negras, brancas, indígenas e amarelas só têm a ganhar com a pluralidade étnico-racial na literatura infantil. Compreender que esta também pode ser uma maneira de construir e apoiar uma educação antirracista pode ajudar os pais a dialogar com as crianças desde cedo através das histórias. Por isso, a importância de buscar livros com qualidade editorial, que não estereotipam e que ampliam as noções de mundo e de diversidade.

E, claro, não são só as crianças que aprendem. Enquanto alguns pais têm a chance de revisitar a própria história e finalmente preencher as lacunas da infância, como as nossas entrevistadas, outros estão passando por um letramento racial e aprendendo a não perpetuar o racismo, olhando com mais atenção para suas falas e ações diariamente e sistematicamente. E, olha, isso é fundamental! Afinal, os filhos estão sim muito atentos ao que falamos e como agimos, por isso, o exemplo tem que ser constante.

“A literatura infantil pode ajudar a resgatar muito da nossa dor. Já para aqueles pais que não estão nesse lugar, ajuda a refletir com os pequenos. Às vezes, palavras que podem parecer aleatórias e inofensivas, têm um peso importante, ainda mais na formação dessas crianças, né? Rótulos ou a forma como falamos de um cabelo, de um lugar… É preciso procurar usar as palavras certas, porque a criança vai absorver isso”, diz a professora.

“É importante uma alfabetização racial nesse debate e não apenas em relação à negritude, mas para todas as etnias. Ainda estamos muito aquém. Por isso que essas leituras também são para nós (os pais), porque não adianta nada a criança ter um acesso a essa narrativa, mas ver os pais reproduzindo um outro mundo, não é?”, completa Stéfanie. 

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Carol acredita que é possível ensinar isso de maneira honesta e clara para as crianças: “Nós somos uma sociedade múltipla. Não temos uma única aparência, uma única crença, uma única cultura e isso pode ser muito bom! Não precisa ser motivo de sofrimento, mas, para isso, precisamos realmente mudar a forma como enxergamos. A literatura contribui muito à medida que ela apresenta mundos diversos e possui a capacidade de nos despertar para questões existenciais. É um investimento na nossa formação para o sensível e isso nos fortalece, na medida que nos ajuda a compreender a nós mesmos e aos outros”.

Fica aí a tarefa, família: vamos fazer ressoar a maior quantidade de vozes diversas dentro de casa, seja através dos livros, seja por outros caminhos. E são muitos! Se desde cedo as crianças tiverem proximidade com a diversidade e entenderem que não existe apenas uma maneira de ver e viver o mundo, mais internalizado esse conceito fica e, assim, maiores as chances de estarmos criando indivíduos que vão replicar esses ensinamentos no futuro.

INDICAÇÕES DE LIVROS

E se você está em busca de livros com mais diversidade, confira esta seleção feita pelas entrevistadas:

As escolhas de Carol Fernandes

  • Benedito, Josias Marinho – “Um livro que sempre vai me emocionar. Ele está narrando a experiência de uma criança pequena que está aprendendo sobre o congado mineiro. É um livro ilustrado sofisticadíssimo com técnicas gráficas de carimbo, de pintura. É um clássico.”
  • Omo-oba: Histórias de princesas e príncipes, Kiusam de Oliveira – “Um livro muito importante para o meu processo como professora antirracista. Eles fazem a representação de orixás femininos na sua condição de crianças, então a possibilidade da gente enxergar deusas nas suas condições infantis é um negócio muito afetuoso e potente.”
  • Sábado, Oge Mora – “É uma família afrocentrada, mas a temática racial não é o cerne. Ele fala de uma experiência muito comum de nos organizarmos para passar um dia maravilhoso e vários imprevistos acontecerem, e a gente ter que replanejar e aprender a lidar. É um livro muito bonito, que traz como pano de fundo uma narrativa sobre rede de apoio. O debate racial não é o objetivo, mas se a gente olhar bem está ali, sabe?”

As escolhas de Stéfanie Fanelli

  • A travessia de Anatole, Gilles Eduar: “Um dos nossos favoritos aqui em casa. Gosto muito do fato de haver um menino negro num contexto de sonhos, aventuras e leitura, longe do estereótipo da pobreza e sofrimento. Um doce de história!”
  • Redondeza, Daniel Munduruku e Roberta Asse: “O cotidiano e a paisagem que cerca crianças em uma aldeia indígena são expostos de forma natural e poética. As ilustrações são muito lindas e minha filha ama observar os detalhes. A gente já leu várias vezes e a cada vez eu vou acrescentando algo sobre as crianças indígenas. É gostoso ver que estamos dando a oportunidade de mostrar a realidade pra ela, mesmo que só ali no livro.”
  • Amoras, Emicida e Aldo Fabrini: “Este livro é muito sensível e potente! Possibilita iniciar muitas reflexões sobre identidade negra e é inspirador!”