Na casa de sua avó, uma menina observa a moringa que fica entre a sala de estar e a cozinha. Vai lembrando dos carinhos, afetos e detalhes de sua família, com todo cuidado e amor: pensa nos dedos da mãe que desatam os nós de seu cabelo crespo, no cheiro do angu temperado por sua tia, na cuíca tocada pelo pai na varanda, que faz sua pequena irmã dançar, na ginga do avô capoeirista, no lençol de fuxico feito pela avó, especialmente para ela… São tantas memórias, todas tão vivas!
Com belíssimas ilustrações de Fernanda Rodrigues, a crônica de Ana Fátima narra uma existência atenta às pequenas riquezas de uma vida simples, que muitos de nós não tivemos a oportunidade de experimentar em primeira mão. Uma vida plena, consciente dos valores herdados de seus ancestrais que, por sua vez, ansiamos por eternizar em memórias e suas próprias tradições.
A moringa de Voinha também nos leva a ter atenção para nossa própria casa, em busca de móveis e objetos herdados que tragam consigo lembranças de pessoas e vidas que já se foram e que, de alguma maneira, continuam aqui.