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Competências Gerais da BNCC: o que são e qual a sua importância

Você sabe o que são Competências Gerais da BNCC? Bem, antes de falarmos sobre, vamos começar entendendo o que é a BNCC.

BNCC é a sigla para Base Nacional Comum Curricular, um documento que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes precisam desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica (Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio).

A principal função da BNCC é orientar e definir um patamar de qualidade na educação que deve ser almejado e atingido por todas as instituições do país. Em outras palavras, a BNCC indica quais são os direitos dos alunos em termos de aprendizagem ao definir claramente o que todos eles precisam aprender, seja qual for a escola em que estudam, e independentemente da sua localização no país.

A importância da BNCC

Pense na BNCC como um mapa que indica por onde as instituições de educação do país devem seguir. A BNCC apresenta, com precisão, que competências e habilidades todos os alunos precisam desenvolver ao longo da sua vida escolar, visto que são essenciais para enfrentar os desafios do mundo.

Esse alinhamento é um primeiro passo para garantir equidade entre todos, visto que as orientações contidas no documento são aplicáveis tanto para escolas da rede pública quanto da rede particular, e precisam ser observadas em todas as regiões do país.

Quais são as competências gerais da BNCC e o que dizem?

A BNCC possui 10 competências gerais, que falam justamente sobre desenvolvimento e aprendizagens que precisam, obrigatoriamente, acontecer enquanto os estudantes estão na Educação Básica.

Essas competências e habilidades têm como objetivo preparar os estudantes como seres integrais, cidadãos críticos e conscientes, com atitudes e valores compatíveis com as necessidades e os desafios do mundo, capazes de mobilizar seus conhecimentos para resolver todo tipo de problema.

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Veja quais são as 10 competências gerais da BNCC:

1. Conhecimento

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento científico, crítico e criativo

Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

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3. Repertório cultural

Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Comunicação

Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Cultura digital

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Trabalho e projeto de vida

Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

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7. Argumentação

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Autoconhecimento e autocuidado

Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Empatia e cooperação

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Responsabilidade e cidadania

Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

As Competências Gerais da BNCC indicam o que deve ser aprendido pelos estudantes e quais os objetivos dessa aprendizagem. Além disso, esse tipo de abordagem coloca os alunos em uma posição de protagonismo, em que estão diretamente envolvidos na busca e no desenvolvimento da sua aprendizagem, e não mais em um lugar de passividade diante dos ensinamentos trazidos pelo professor.

Habilidades da BNCC na Educação Infantil e Fundamental

As competências gerais da BNCC começam a ser trabalhadas assim que as crianças ingressam na escola, ainda na Educação Infantil. A diferença é que, nessa fase, ainda não se fala em áreas de conhecimento e componentes curriculares, mas, sim, em campos de experiência nos quais os pequenos podem se desenvolver. São eles:

O desenvolvimento das crianças e a aprendizagem nessa etapa é garantido pelos direitos de brincar, conviver, participar, explorar, conhecer-se e se expressar. Vamos falar mais profundamente sobre isso adiante.

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Desafios para a implementação da BNCC

Toda grande mudança é desafiadora, e com a implementação da BNCC não seria diferente, ainda mais por se tratar de algo que envolve todas as escolas no país inteiro. Os desafios de fazer a BNCC acontecer são muitos e podem se tornar mais ou menos complexos de acordo com a região do país e o acesso que cada escola tem à tecnologia e recursos.

Ainda que existam especificidades locais e também de cada escola, alguns desses desafios certamente vão abranger a maior parte das instituições que precisam se adaptar ao que orienta a BNCC.

Separamos a seguir que desafios serão esses e como as escolas podem atacá-los, confira:

1. Elaborar um novo currículo

Pensar na formação estudantil pelo prisma da BNCC não é fácil, mas envolver todos os docentes nessa tarefa pode facilitar. Como são eles, em última instância, que vão levar o que foi planejado para os alunos, nada mais coerente do que envolvê-los desde o começo. A coordenação e a direção da escola devem contribuir com esse desenvolvimento, garantindo que a identidade da escola seja preservada nesse processo de transformação.

2. Adequar o projeto pedagógico

Esse documento fala sobre como a escola funciona, o que ela pretende, qual a metodologia adotada e proposta curricular. Sendo assim, a partir do momento em que o currículo é revisto, o projeto pedagógico também precisa ser.

3. Investir em formação continuada

Todo o corpo de profissionais da escola, em especial os professores, precisam ser capacitados continuamente para compreender, dominar e saber aplicar diversas práticas pedagógicas em sala de aula. Não adianta mudar o currículo e adaptar o projeto pedagógico se o corpo docente não for envolvido e considerado no processo. 

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4. Formação integrada

Aqui vale lembrar que não estamos falando de formação continuada estrita em termos de conteúdo, ou seja, disciplinas como português, matemática e história, mas também da formação integral das crianças como seres complexos que são.

5. Escolher criteriosamente o material didático

Os materiais utilizados pelos professores em sala devem refletir o que foi definido no currículo, considerando o que determina a BNCC. Os livros e demais materiais devem tratar das competências gerais da BNCC, e a tecnologia precisa ser tratada como um grande recurso para o processo de aprendizagem.

6. Incluir características regionais no currículo

A diversidade regional é ao mesmo tempo um dos maiores tesouros e um dos grandes desafios da implementação da BNCC. Isso porque o contexto de cada aluno e de cada escola devem ser trazidos para a sala de aula por meio de assuntos relacionados à cultura, às tradições e à comunidade onde a instituição está localizada.

7. Acompanhar a implementação

Verificar de maneira sistêmica a implementação da BNCC é fundamental para garantir o sucesso dessa mudança. Estabelecer avaliações, reuniões e relatórios para gerar dados que permitam esse acompanhamento é imprescindível, bem como ouvir alunos, pais, professores e comunidade como um todo sobre o que está funcionando e o que precisa melhorar.

Como trabalhar a BNCC na Educação Infantil e Fundamental

A BNCC orienta as escolas a trabalharem com foco nos chamados eixos estruturais, nos direitos de aprendizagem da criança e nos campos de experiência. Isso já era feito anteriormente, a diferença é que o enfoque passou a ser maior.

Os eixos estruturais são interagir e brincar, que são os meios pelos quais as crianças consolidam sua aprendizagem. Os direitos de aprendizagem, como vimos, são brincar, conviver, participar, explorar, conhecer-se e se expressar.

Segundo o documento da BNCC, são esses direitos que garantem que as crianças assumam um papel ativo durante seus processos de aprendizagem, vivenciando desafios e sentindo-se provocadas a resolvê-los.

Veja mais sobre os direitos de aprendizagem das crianças e como a BNCC apresenta cada um deles:

A partir das ações propostas por esses direitos é que são aplicados os campos de experiência. Segundo a BNCC, esses campos de experiência acolhem situações e experiências concretas da vida das crianças, entrelaçando-se aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.

Já no Ensino Fundamental, a diferença é que passam a ser incluídos os componentes curriculares e as áreas de conhecimento, que são:

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