Ver o filho ou a filha começar a se interessar pelas palavras e ler é emocionante. No entanto, com a espera por esse momento, muitos pais e mães podem ficar ansiosos. Assim, o que pode parecer uma tentativa de ajuda com facilidade se transforma em pressão ou em um movimento que atrapalha o processo. Elizabeth Sanada, psicopedagoga do Instituto Singularidades e professora do curso de Pedagogia, ressalta que é importante que os pais se coloquem como facilitadores e parceiros nesse processo. Mas como fazer isso? A especialista dá as dicas a seguir.
Entenda que hoje é diferente
Elizabeth pontua que muitos pais aprenderam a ler e a escrever por métodos tradicionais. Antes, esse processo estava mais relacionado a um aprendizado por repetição e tinha hora certa para acontecer. Hoje, a partir do trabalho de vários teóricos, sabe-se que a alfabetização é um processo fluido que a criança vai vivenciar à sua forma. “Cada criança tem seu tempo e é importante respeitá-lo”, diz a psicopedagoga. Não vale, dessa forma, comparar o desenvolvimento e o aprendizado do seu filho com o que você teve na infância ou com o de outras crianças. Afinal, só esse tempo, que deve fluir com naturalidade, vai permitir que o pequeno construa suas hipóteses alfabéticas, experimente e erre – e tudo isso faz parte do processo natural de aprendizagem.
Fale sobre a importância de saber ler
Aprendemos a escrever e a ler por um motivo: a escrita é um código que tem grande importância social. “A criança precisa entender que quando escrevemos podemos nos planejar, comunicar, recuperar elementos passados. A escrita serve também para ler um calendário e para escrever uma carta pro Papai Noel, por exemplo”, explica Elizabeth. Assim, apresentar esses fatores para seu filho pode estimulá-lo para o aprendizado.
Invista na leitura
Nós do Clube Quindim sempre falamos sobre a importância da leitura em diferentes âmbitos. No caso do processo de alfabetização, não é diferente, e a professora destaca que, nesse momento, é fundamental que a criança esteja inserida em um ambiente alfabetizador, povoado por livros e por histórias. “Quando a criança tem acesso a diferentes gêneros textuais, ela se abre para a escrita. Isso também acontece por meio da leitura compartilhada, quando é apresentada à escrita, à fala, às letras, às ilustrações. Além disso, quando vê os pais lendo uma bula de remédio ou uma receita, por exemplo, as crianças vão entendendo a importância social da leitura.” Nessa hora, escolher os melhores títulos de literatura infantil para seu filho é essencial. Saiba mais aqui como o Clube Quindim pode ajudar sua família nessa tarefa.
Quando é hora de prestar atenção
Diante de tudo isso, como identificar quando a criança está enfrentando dificuldades? Elizabeth aponta que uma resistência a escrever e ler é um sinal importante. “Se a criança manifesta ansiedade, se diz que não sabe ou não quer ler, se tem medo de errar, se chora quando se fala em um livro, pode ser importante conversar com a escola”. Assim, em conjunto, pode-se compreender se há algum entrave no processo ou se é uma questão de ter paciência com o desenvolvimento da criança.