Todo mundo tem uma história de como e quando começou a ler. Seja com apoio dos pais ou na escola, as crianças têm essa curiosidade logo cedo de testar e consumir novos hábitos. São elas também que mais leem no Brasil: o último levantamento divulgado pelo Instituto Pró-Livro (IPL), em parceria com a Abrelivros, a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), mostrou que a faixa etária entre os 5 e 10 anos de idade é o perfil com maior frequência de consumo de livros de literatura. Elas representam 23% de toda a população com hábitos de leitura diariamente e o melhor: por vontade própria.

Porém, com o avanço das tecnologias, com tantas possibilidades, telas e produtos midiáticos à disposição delas, também têm crescido a dispersão desse público na hora de sentar e ler um livro do início ao fim. Daí que surge uma dúvida importante: como incentivar o hábito da leitura entre jovens de forma benéfica e não obrigatória? Aqui, separamos cinco dicas:

1 – A importância da leitura compartilhada

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O hábito da leitura compartilhada é de longe a principal dica quando o assunto é incentivar crianças a adentrar o mundo literário. Para Ana Paula Tavares, editora-executiva dos selos infantis do Grupo Companhia das Letras, o incentivo à leitura pode se dar de diversas formas, como, por exemplo, cultivando o hábito de ler com as crianças desde a primeira infância para que elas desenvolvam o gosto por ouvir histórias.

”A leitura compartilhada, aliás, é muito mais do que transmissão de conteúdo. É contato, afeto, aproximação. Um momento no qual o mediador se dedica a estar junto com o leitor, amplificando a experiência. Por esse motivo, considero que ler uma obra junto com as crianças pode ser um bom estímulo mesmo quando já estão alfabetizadas e, em teoria, aptas a lerem sozinhas”, explica.

Essa também é a visão do professor de história da rede estadual de São Paulo, André Luiz dos Santos Valente. Seja do ponto de vista pedagógico e escolar, seja do familiar, essa experiência é benéfica a ser dividida desde a infância.

Partilhar esse hábito estimula, inclusive, uma boa relação de autonomia das crianças, que podem começar rapidamente a escolher uma leitura que lhes agrade. Ele ainda destaca a importância de incentivar esse comportamento, de ler o mesmo livro, por exemplo, entre pais e jovens.

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Veja também: Pais contam como a leitura estreitou laços e criou uma nova dinâmica com seus filhos.

2 – Adaptar a leitura de acordo com a idade da criança

Textos curtos e com imagens são conhecidos por despertar a atenção das crianças, mas os quadrinhos também são um gênero interessante para os jovens e adultos, afirmam os especialistas consultados. ”Edições adaptadas, com texto reduzido, podem ter o mesmo papel, por exemplo, e ser atraentes para leitores que não se sentem inclinados a ler os clássicos em edição com texto integral”, diz Tavares. Não há uma regra clara na hora de escolher um livro, o que vale aqui, de novo, é a autonomia. Deixar a criança ou o jovem desvendar o gênero que os atrai pode ser a melhor saída quando o assunto é estimular a leitura.

Veja também: Leitura infantil: dicas de acordo com a idade.

3 – Propor lugares e experiências com livros

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Não dá para gostar de uma música sem ouvi-la e não dá para começar a gostar de livros sem lê-los. Por isso, o professor de história Valente conta que uma saída é propor experiências a partir dos livros. “É interessante levar esses jovens a bibliotecas, livrarias e clubes de leituras para que eles possam folhear um livro. Assim, a criança vai dissociando a ideia de que essa será uma leitura chata, maçante ou obrigatória”, destaca.

Há, ainda, a possibilidade de assinar clubes de assinatura de livros, como o Clube Quindim, o que facilita o recebimento de publicações com uma curadoria de qualidade no conforto de sua casa.

4 – É um papel dos educadores, mas também dos pais

Criar um hábito de leitura requer trabalho e tempo. E mais do que isso: depende do esforço da escola e dos pais. Na escola, é comum que a criança ou o jovem associe a leitura como algo obrigatório e não necessariamente prazeroso. Tavares, da Companhia das Letras, explica que os pais e responsáveis diretos pelas crianças, são, em geral, os primeiros agentes da leitura compartilhada, dando início a essa jornada leitora dentro de casa e estimulando o gosto pelos livros.

”Mas se considerarmos o fato de que muitos lares não têm acesso a uma boa biblioteca, mostra-se fundamental o papel dos educadores nessa corrente, muitas vezes sendo eles os primeiros responsáveis por apresentarem os livros às crianças e orientá-las também com relação às possibilidades de exploração desse conteúdo”, pondera.

5 – Para o educador, a criatividade é um fator-chave

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Segundo professores e educadores, é importante justamente desmistificar a ideia de que a leitura será algo maçante. Criar ambientes de debate e discussão são fundamentais para incentivar essa prática. O professor de História conta que na escola em que trabalha há um clube de leitura dos alunos do Ensino Médio, uma prática que nasceu da vontade dos próprios alunos de ler mais. Os estudantes que escolhem as leituras e se organizam para discutir o avanço das obras a cada duas semanas

“É como ver um filme ou uma série: todo mundo quer dividir o que sentiu e achou. O mesmo se dá no mundo dos livros. Acho que é papel da escola formar esse espaço para que os professores incentivem e os alunos organizem esses lugares”, reflete.

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