Dores de barriga são frequentes durante a infância e caracterizam um dos principais incômodos percebidos pelos pais e relatados pelas crianças. Dados do Colégio Americano de Gastroenterologia mostram que a dor abdominal crônica ou recorrente afeta de 10% a 12% das crianças e adolescentes nos Estados Unidos. Mas a maioria dos casos de dores intestinais e estomacais não apresenta gravidade e são sintomas facilmente tratados.

“Em crianças pequenas a principal causa de dor de barriga são as infecções por vírus e bactérias. Até mesmo vírus respiratórios podem causar dor de barriga. Já em bebês, além das infecções, é importante destacar cólicas em recém-nascidos que na grande maioria das vezes são benignas e autolimitadas, com melhora geralmente aos 4 meses”, explica o médico estrategista de família Giancarlo Rinaldo.

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Existe uma gama grande de doenças que podem causar dores na região da barriga. Algumas mais corriqueiras e conhecidas, como a diarreia aguda desencadeada por infecções de vírus e bactérias, apendicite, doenças inflamatórias do intestino e intolerâncias alimentares. “Doenças em outras partes do corpo também podem ocasionar dor de barriga, como é o caso da pneumonia que, a depender do local de seu acometimento no pulmão, pode estimular terminações nervosas que simulam uma dor abdominal; um quadro de infecção urinária pode acarretar dores na região ou um quadro de diabetes tipo I, são muitas as causas”, continua o médico.

Quando é necessário procurar um médico?

Os pais devem prestar a atenção a outros sinais e sintomas que podem estar associados ao quadro de dor de barriga, e que levam à necessidade de uma avaliação médica. “É ideal observar se as dores de barriga são recorrentes, com duração maior do que duas semanas, se há perda de peso, alteração na coloração, na consistência e no odor das fezes, se há febre e redução do apetite”, enfatiza.

É preciso notar ainda se as dores são intensas e se há aparecimento de nódulos no abdômen, e se ocorre a parada da evacuação e a alteração da parede abdominal, como quando a barriga fica mais dura ou estufada. “Nesses casos, orienta-se que os pais busquem a avaliação de um pediatra ou médico de família para uma análise completa e um exame físico atencioso.”

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Hábitos alimentares em casa podem ajudar e/ou prejudicar?

Uma alimentação saudável, adequada e regulada de acordo com a idade da criança e suas necessidades nutricionais leva a um bom hábito intestinal, além de fornecer os nutrientes necessários para um desenvolvimento psicomotor adequado. “As crianças aprendem a partir de exemplos e estímulos, logo, é importante que os pais ou cuidadores das crianças não só ofereçam esses alimentos aos seus pequenos, como também deem o exemplo de uma alimentação saudável a partir de seus próprios hábitos alimentares.”

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Alimentos ultraprocessados, ricos em carboidratos como açúcares e com grande quantidade de corantes, por exemplo, não apenas não são saudáveis para as crianças, como podem ainda aumentar a ocorrência de quadros de dores de barriga associados à alimentação. “Um bom hábito alimentar se constrói na infância, e se carrega para o resto da vida”, enfatiza Giancarlo.

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Além de uma alimentação saudável, é importante a ingestão de água na quantidade adequada diariamente e a prática de atividade física de maneira regular e adaptada para a idade da criança e do adolescente. “Uma alimentação com presença das fibras alimentares, ingestão adequada de água e atividade física formam o tripé da construção de uma boa saúde intestinal.”

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Outras causas e intervenções

Os incômodos na região abdominal nem sempre são sintomas de doença e podem estar ligados a emoções como ansiedade, medo e estresse. O nervosismo antes de ir para uma escola nova, ou na véspera da festa de aniversário, ou ainda quando acontecerá uma apresentação escolar às vezes aparece de maneira física. Se essas manifestações no corpo se tornam mais recorrentes e estão relacionadas às questões emocionais, pode ser adequado também procurar um profissional. “É importante que a criança tenha sido investigada por um médico e todos os outros diagnósticos de dor de barriga tenham sido descartados para associar dor de barriga a questões psicológicas”, lembra.

Para esses quadros ligados à ansiedade e ao estresse, deve-se garantir o acesso da criança e do adolescente ao acompanhamento e tratamento por profissional de saúde mental, “além de estimular uma alimentação saudável e balanceada, que também aliviam os sintomas desses quadros clínicos.”

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