Todo pai ou mãe espera ansiosamente pelo momento em que a criança vai falar a primeira palavra. O mesmo acontece com os primeiros passinhos. E o que dizer da alfabetização? Ver seu pequeno lendo um livro sozinho ou só o letreiro de uma loja na rua é de encher o coração. No entanto, muitos mistérios ainda rondam esse aprendizado, o que pode deixar alguns pais ansiosos. Para desvendar o processo e tranquilizar as famílias, a equipe do Clube Quindim consultou a psicopedagoga do Instituto Singularidades e professora do curso de Pedagogia, Elizabeth Sanada. A seguir, reunimos alguns fatos curiosos que fazem parte da alfabetização, confira:
Alfabetização começa no berço
Mais do que juntar letras e sílabas, Elizabeth explica que ler e escrever é uma forma de entender e representar o mundo. “A criança começa a pensar a escrita porque percebe que está inserida em um mundo mediado pela palavra”. Assim, desde pequena, entra em contato com a escrita em diferentes contextos, como a fala dos pais. E esse contato é fundamental para o processo de alfabetização.
Não tem hora certa para começar nem para terminar
Diferentemente do que se acreditava há cerca de vinte ou trinta anos, hoje, não se espera que a criança aprenda a ler em uma idade determinada. “Trabalhamos atualmente com um trabalho focado de alfabetização nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, mais ou menos dos 6 aos 9 anos da criança”, diz a especialista. Ela pontua também que aprender a ler e escrever faz parte do desenvolvimento. Desse modo, cada um terá um ritmo e um tempo para se desenvolver, o que varia de acordo com as experiências anteriores também.
Desenhar e brincar são fundamentais para aprender
Que brincar é importante você já sabe, mas imaginou que influencia até na apreensão das letras e palavras? Elizabeth lembra que a escrita é um código social, uma forma mais elaborada de representação. Conhecer as representações anteriores, portanto, é fundamental para que a criança aprenda a ler. Brincar, decifrar o mundo pelo faz de conta e traduzi-lo em desenhos são ações totalmente alinhadas com essa ideia, e se tornar ótimas atividades para alfabetizar.
Arte e tecnologia são grandes aliados
A professora também faz questão de ressaltar que não tem nada de mecânico por trás da alfabetização. Ela envolve uma capacidade de representar e de articular elementos dentro da cultura em que se está inserido. Nessa medida, a arte e a tecnologia são ferramentas que ajudam a criança a compreender como representar os códigos da cultura que acessamos.
Para aprender a ler tem que errar
Elizabeth explica que a criança não aprende a ler por repetição, mas por meio de hipóteses. A alfabetização é um processo fluido, em que a criança cria, experimenta e erra. Em suas hipóteses vai descobrindo o que funciona e o que não funciona. “Os adultos devem aparecer como quem questiona e dá continuidade às suas hipóteses”, diz. No entanto, é preciso compreender o erro como parte do processo, sem condená-lo, o que, segundo a especialista, pode atrapalhar a alfabetização da criança.