Trabalhar, estudar, fazer algo para si, cozinhar, arrumar a casa, vestir os filhos, dar banho, ajudar na tarefa e ter um momento de lazer com os pequenos. Essas são só algumas das muitas atividades que costumam recair sobre as mães no dia a dia. Com tantas demandas, e tão pouco tempo, é comum que muitas mulheres se sintam angustiadas. A sensação é de que é impossível dar conta de tudo, por isso discutir a divisão de tarefas em casa e a carga mental que as mães carregam é tão fundamental. Para além disso, buscar maneiras de fazer o tempo render e de tornar o cotidiano mais prático e leve pode fazer grande diferença. E, para ajudar você nessa tarefa, fomos buscar dicas especiais com algumas mães:

Elaine Cristina Rizzo, mãe do Ítalo e do Oliver, do blog Mãe de Moleque

“Fazer o dia render mais nem sempre é uma coisa fácil, principalmente com dois meninos, sendo um bebezinho. Para que as coisas funcionem bem por aqui, todos ajudam, inclusive os filhos.

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O bebê já tira o pó e passa aspirador. Sigo a linha Montessori em casa e isso faz parte da vida prática. Isso sigo desde o primeiro filho, que hoje faz várias coisas, desde lavar a louça, tirar o lixo, varrer, lavar, arrumar. Tudo o que um rapaz de 11 anos é capaz de fazer, ele faz, tem uma rotina e a segue.

Aliás, esta é a chave para tudo continuar funcionando com crianças em casa: rotina. Tenho uma rotina de limpeza, com datas específicas para limpezas anuais, semestrais e semanais. Por exemplo, faço faxina pesada sempre às sextas, assim não acumula muita coisa para arrumar. Todas as quintas o marido já lavou todas as roupas e eu passo. Assim nada acumula, conseguimos manter tudo em ordem e aproveitar os momentos com a família.”

Giovanna Balogh, mãe do Bento e do Vicente, jornalista do site Mães de Peito

“Como não tenho ninguém para me ajudar na cozinha, costumo fazer bastante feijão e congelar em porções pequenas e sem tempero. Outra dica prática que funciona bastante é preparar mais comida, por exemplo carne moída ou um fricassé de frango. Costumo consumir um pouco no dia e congelar parte para ser comida na semana seguinte. Desta maneira, perco menos tempo na cozinha e ganho mais tempo com meus filhos.

Outra dica que dou para as mães que trabalham fora é não levar trabalho para casa. Prefiro passar mais tempo fora do que estar presencialmente em casa e não estar de fato com eles. E também deixar o celular fora do nosso alcance para que possamos nos dedicar exclusivamente aos nossos filhos quando estamos em casa.”

Luíza Diener, mãe de Benjamin, Constança e Guadalupe, do blog Potencial Gestante

“A primeira coisa, na minha opinião, é você não se cobrar tanto. É perceber que você não vai dar conta de tudo e que não necessariamente precisa. Um conselho que eu daria é você definir suas prioridades. Se você se organiza mentalmente, consegue estruturar seu tempo e perceber com o que você não vai perder tanta energia (passando roupa, por exemplo). Outra coisa é aproveitar seu tempo livre (o sono das crianças, o momento em que estão na escola) para fazer listas. Aí você define prioridades e visualiza tudo o que tem para fazer. Também pode fazer listas para o dia, para a semana e para o mês. Pode usar papel ou aplicativos. Eu gosto bastante do Evernote porque consigo gravar áudio, marcar ideias e ticar as tarefas cumpridas.

potencial gestante

Saber descansar é outra dica que eu dou. Às vezes pegamos todo o nosso tempo livre e, em vez de colocarmos as ideias no lugar, nos entupimos com mais compromissos. Isso gera uma estafa mental, e com ela sua cabeça não funciona. Dedicar um tempo para esvaziar a mente é importante. Às vezes tiro um momento em que as crianças estão brincando e me dou uns 15, 30 segundos para respirar, ouvir um silêncio. Acho que cabeça de mãe é muito agitada, com muita responsabilidade e obrigação. Você se sentindo mais tranquila consegue utilizar melhor o seu tempo.

Deixar as coisas prontas no dia anterior, como o lanche, é um bom conselho, mas que não consigo seguir. Chega no fim do dia eu estou tão cansada que só quero descansar e não planejo nada. Como eles estudam à tarde, o que faço é, enquanto cozinho o almoço, já preparar a lancheira e as mochilas e deixar tudo pronto.”

Marcella Chartier, mãe da Dora e do João, do podcast Mãezonas

“De manhã, eu procuro pensar no que vou fazer ao longo do dia para eventualmente adiantar alguma etapa. Por exemplo, lavo, corto e tempero um brócolis e deixo dentro do forno. Aí vou me exercitar, na volta tempero um filé de peixe que deixei descongelando e só ligo o forno. Às vezes isso vira uma autoexigência que me leva a querer prever o que pode acontecer antes de dar errado e não me concentro em outra atividade, o que não é bom.”

Nívea Salgado, mãe da Catarina, do blog Mil Dicas de Mãe

“Uma das coisas que mais tomam tempo em São Paulo é o deslocamento, por conta do trânsito. Normalmente faço os trajetos com minha filha para o balé e o inglês, fora a escola, que eu levo e busco. No inglês, por exemplo, tem uma biblioteca. Em vez de levá-la e voltar para casa para trabalhar, fico trabalhando na biblioteca. Meu tempo já rende muito mais.

mil dicas de mãe

Sou aquele tipo de mãe que gosta de buscar na escola porque acho que você conversa sem outras distrações. Vejo que, quando ela chega em casa, já não quer falar sobre o dia dela, então aproveito esse momento para conversar. Uma ou duas vezes por semana optei pelo transporte escolar para trazê-la. Pesquisei bastante e encontrei um transporte em que ela é a primeira a ser deixada. Não é penoso, ela vem com crianças da sala dela e eu ganho mais ou menos uma hora, em que posso fazer supermercado, para não precisar fazer no fim de semana ou em momentos que tenho para ficar em família.

Outra dica é que o que se janta em um dia se almoça no outro, às vezes com alguma mudança. Ao longo dos últimos tempos, também fui investindo em eletrodomésticos que me ajudam. Minha lavadora de roupa, por exemplo, seca. Então eu nem passo as peças. Já tiro da secadora, dobro e guardo. Também tenho aqueles robôs que aspiram a casa e tenho um aspirador muito bom também. É muito prático. Automatizar um pouco a casa ajuda.”

Thaiz Leão, mãe do Vicente, criadora da Mãe Solo

“Nós não nos desdobramos, nós não existimos além da nossa capacidade física. Conseguir fazer tudo sozinha não dá, ou quando dá, é daquele jeito: pouca coisa realmente feita e uma pilha de ansiedade batendo nas tampas. Amar nossos filhos é estar bem, saudável, dispostas pra podermos curtir mais do que acompanhar a carteirinha de vacinação. A gente precisa compartilhar. Com o companheiro/a sim, quando houver, e mesmo de longe, mas também com a família, os vizinhos e sociedade inteira. A conta da parentalidade tá sendo cobrada toda errada, nunca esqueça de conferir a sua.”

mãe solo
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