Cuidar de um filho, neto, sobrinho ou de outra criança amada de sua família ou amigos sempre envolve uma série de preocupações. A saúde está entre as principais, e o alerta que queremos trazer neste conteúdo é em relação à dengue em crianças.
Em meio a tantas preocupações com a Covid-19 (merecidas, é verdade), por vezes nos esquecemos de que outras doenças existem e também são perigosas para os pequenos, e essa, transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, certamente merece destaque.
No ano de 2022, inclusive, vivemos um surto da doença. De acordo com um Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, apenas da primeira à décima-sexta semana epidemiológica (de 2 de janeiro a 23 de abril), foram notificados 542.038 casos prováveis de dengue – em 2021 inteiro, foram por volta de 544 mil.
Esses números dizem respeito a pessoas de todas as idades, mas é preciso redobrar os cuidados para evitar que os pequenos sejam acometidos por essa doença, além de saber quais são os principais sintomas, o que fazer caso eles demonstrem algo que chame a atenção e quando é hora de procurar um médico.
Nos acompanhe na leitura para tirar suas dúvidas.
O que é dengue?
Antes de mais nada, é importante fazer uma breve contextualização.
A dengue é transmitida principalmente pelo Aedes aegypti, o popular “mosquito da dengue”, embora também possa ser transmitida pelo Aedes albopictus, este em menor proporção.
Há quatro tipos diferentes de sorotipos do vírus causador da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Quem se recupera adquire imunidade vitalícia contra o sorotipo que adquiriu, mas a imunidade cruzada é temporária e parcial. Quanto mais infecções, maior a chance de contrair uma forma grave da doença.
Como curiosidade, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, 2013 foi um ano epidêmico para a Região das Américas, quando foram registrados pela primeira vez mais de 2 milhões de casos.
Quais são os sintomas de dengue em crianças?
Ficar atento aos sintomas de dengue é uma medida importante para conseguir identificar a doença rapidamente e, assim, procurar auxílio médico o quanto antes para poder mitigar as chances de problemas maiores. Alguns dos principais sintomas leves são:
- Febre aguda, que dura até 7 dias;
- Dor atrás dos olhos;
- Dor de cabeça;
- Dor articular e muscular;
- Sonolência;
- Prostração;
- Fraqueza;
- Falta de vontade de se alimentar e de beber líquidos;
- Manchas vermelhas na pele;
- Diarreia;
- Vômitos;
- Fezes amolecidas.
Caso a doença se agrave, os sintomas também podem piorar. Uma característica da dengue infantil é que a piora é repentina, diferente do que ocorre com os adultos, com os quais isso acontece de maneira mais gradual. Fique de olho nos seguintes sintomas:
- Queda repentina na temperatura corporal;
- Vômitos persistentes;
- Sonolência ou agitação;
- Sangramentos;
- Pele pálida e fria;
- Choro persistente;
- Dor forte na barriga;
- Dificuldade para respirar;
- Diminuição na quantidade de urina.
Se você reparar bem, os sintomas da dengue em crianças não são muito específicos quando falamos de sua forma leve. Isso significa que a doença pode ser confundida com outras condições, como gripe ou até mesmo irritabilidade.
Inclusive, menores de dois anos podem ser assintomáticos, especialmente os menores de seis meses de idade, o que tende a complicar ainda mais um diagnóstico prévio.
Por outro lado, os sintomas graves são menos convencionais, o que significa que sua identificação pode ser facilitada nessa fase. Porém, é claro que quanto antes se perceber e buscar ajuda médica, melhor.
Por isso, é muito importante que os pais e responsáveis fiquem de olho em sua manifestação. Assim, caso se note algo estranho, o ideal já é procurar atendimento médico o quanto antes para ajudar com o diagnóstico e o posterior tratamento.
Se o seu pequeno está apresentando esse tipo de sintoma, o primeiro ponto é manter a calma. Ainda assim, busque auxílio médico o mais rápido possível.
Vejam também: O que é hebiatra e por que levar seu filho nesse especialista? Saiba mais sobre o médico de adolescentes.
Como funciona o tratamento de dengue infantil?
O tratamento da dengue infantil é relativamente simples e consiste na hidratação dos pacientes que manifestem sintomas, inicialmente sem a necessidade de internação. Também podem ser administrados remédios para combater os sintomas apresentados – os quais sempre devem ser indicados por um médico.
Se os sintomas piorarem e/ou a criança não manifestar sinais de melhora, é importante passar por uma reavaliação médica para entender qual é a melhor conduta a se adotar, como uma eventual internação para acompanhar a dengue infantil mais de perto.
Como se proteger contra a dengue?
Como já diz aquele velho e sábio ditado, é melhor prevenir do que remediar. Saber o que fazer para evitar a dengue é muito mais simples (e menos preocupante) do que lidar com seus sintomas e toda a preocupação que rodeia a doença.
As principais medidas indicadas são as seguintes:
- Combate ao mosquito transmissor da dengue. É aqui que mora a principal precaução. Estima-se que 80% dos criadouros do Aedes aegypti fiquem em nossas casas ou nas proximidades. Por isso, é fundamental eliminar qualquer concentração de água parada, seja em garrafas destampadas, pneus, caixas d’água ou quaisquer outros recipientes que possam servir para esse fim.
- Uso de repelentes. Esses podem ser tanto aqueles difusores elétricos ou em spray – que devem ser aplicados na ausência da criança quando ela apresenta alergia ou problemas respiratórios – ou também os repelentes corporais. Neste último caso, recorra à versão infantil e prefira os que possuem uma substância chamada de icaridina (ou picaridina).
Repelentes que possuem icaridina são os mais eficazes para prevenir o mosquito da dengue. No Brasil, seu uso é indicado a partir dos dois anos de idade, mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dia Estados Unidos considera seu uso seguro desde os seis meses de idade.
Caso se opte pelo uso de repelentes, eles devem ser aplicados apenas em regiões em que a pele fique exposta, nunca perto de regiões com lesões, da boca, dos olhos ou nas mãos – já que as crianças podem levar a mão à boca. Eles também podem ser aplicados nas roupas.
Dengue infantil: o melhor cuidado é a prevenção
É natural que a possibilidade da dengue em crianças traga preocupação, especialmente em períodos mais quentes e chuvosos, que favorecem a formação de poças e outras concentrações de água parada. Porém, a prevenção é simples e pode evitar a doença.
Depois de falarmos sobre dengue em crianças, vamos mudar de assunto e falar sobre outra questão importante: a leitura na infância. Com o clube de assinatura de livros infantis do Quindim, você recebe livros selecionados por especialistas, de acordo com a idade de seus pequenos, para ter as melhores histórias para contar e ler juntos. Aproveite e invista na literatura dos seus pequenos!