Inúmeras são as preocupações dos pais na pandemia. Foram meses e meses de crianças e adolescentes afastados das escolas, lidando com dificuldades de aprendizados on-line. Além desse cenário, pais e cuidadores precisaram se preocupar com um outro fator: o aumento do cyberbullying. A violência contra pessoas praticada no mundo virtual se tornou ainda mais corriqueira nos últimos dois anos, dado que jovens e crianças passavam mais tempo na internet. De tão importante, o tema tem até data de conscientização nacional, em 7 de abril, chamado do Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola.
O bullying presencial tem limitação, mas é diferente no mundo virtual, em que não há barreira aos intimidadores, que podem surgir de todos os lugares. Os ataques, cada vez mais comuns, acontecem de diversas formas. O ambiente das redes sociais é o local mais propício para eles. Comentários maldosos e cheios de ódio em postagens são o caminho mais comum, mas há também outras formas de agressão, como a manipulação de fotos para a ridicularização virtual. Muitas pessoas assumem outras identidades apenas para ameaçar e ter tons mais agressivos. Elas acreditam que não há regras na internet e que suas verdadeiras identidades nunca serão reveladas. No ambiente virtual escolar, existe a chance de ataques por meio de comentários durante as aulas, piadas internas, figurinhas ou emojis ofensivos.
Antes mesmo da pandemia, uma pesquisa da TIC Kids Online, feita entre os meses de outubro de 2019 e março de 2020, revelou dados importantes sobre o cyberbullying. O estudo contemplou aproximadamente 3 mil crianças e adolescentes de 9 a 17 anos e seus respectivos pais ou cuidadores. Chegou-se à conclusão de que a maioria se depara com discriminação na internet: 61% dos entrevistados. Esse índice é maior quando há um recorte feminino. Cerca de 31% das meninas já sofreram algum tipo de ofensa, enquanto esse índice fica em torno dos 24% entre os meninos.
Veja também: Os perigos do uso de tablets, celulares e telas por crianças e perigos da internet: conheça os principais e saiba como garantir uma navegação segura e saudável para os pequenos
Como identificar o bullying on-line?
Quando o bullying acontece em situações presenciais, sem dúvida, é bem mais fácil identificar os ataques. Mas, quando o bullying é on-line, como pais e cuidadores podem perceber a situação? Uma maneira de identificar é por meio de mudanças súbitas de rotina. Se a criança costumava postar e interagir constantemente nas redes e, de repente, para com essa constância, sinal amarelo. O mesmo vale para comportamentos extremos ao contrário: de uma hora para outra seu filho que, antes atuava de forma tímida nas redes, começou interagir demais, passar mais tempo on-line? Esse também pode ser um alerta. No ambiente escolar, é possível notar sinal de cyberbullying se a criança teve mudança repentina de comportamento, alegando variadas desculpas para não entrar nas atividades on-line, por exemplo. O melhor caminho, sempre, é a conversa, a aproximação. Mantenha o canal aberto para o diálogo. Os pais precisam ser o porto seguro de seus filhos. É possível contar com ajuda profissional ou dos educadores da escola, caso os pais entendam que não há abertura dos filhos para contarem sobre os sentimentos.
Monitorar as redes sociais e o tempo as crianças e adolescentes passam nelas também são importantes atitudes. Conversar abertamente com eles sobre o que é o cyberbullying e exemplificar com dados e situações reais também podem ser caminhos interessantes, já que pode haver o desconhecimento efetivo da gravidade e como os ataques se manifestam. Lembre-se de que há a Lei 13.185/2015, que estabelece o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), trazendo a obrigatoriedade de disseminar o tema e combater ataques em todo território nacional.
APROVEITE ESTE MOMENTO PARA INCENTIVAR A LEITURA!