Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos nossos maiores poetas, foi funcionário público e escreveu até o fim de sua vida. Alguma poesia, sua primeira obra poética publicada, foi financiada com custos próprios, com uma tiragem de 500 exemplares. Em 1934, muda-se para a cidade do Rio de Janeiro, junto com a família. Lá, assume o cargo de Chefe de Gabinete do então Ministro da Educação, Gustavo Capanema. Para seus biógrafos, a experiência no Governo foi importante para a construção de sua nova visão política. Um pouco mais de dez anos depois, sai do cargo e se torna editor do jornal "Imprensa Popular", publicação do Partido Comunista Brasileiro. Os versos de Drummond o tornou um dos poetas mais lidos e conhecidos no Brasil. Em entrevista à revista Galileu, Celso Caviccia, professor de literatura formado em letras pela USP, explica as razões: “Drummond não ganhou fama por causa do povo, mas porque foi exaltado pelos intelectuais e por movimentos culturais populares, como a tropicália e a bossa nova, por exemplo”,
Além de poemas, Drummond escreveu histórias infantis, crônicas e contos. São mais de sessenta publicações. Foi um dos poucos escritores brasileiros que pôde viver da renda advinda da Literatura.