Vivemos atualmente um momento histórico entre as gerações. Ainda que não na proporção ideal, podemos observar pais que aprendem diariamente com os filhos e criam seus pequenos com mais empatia, respeito e amor ao próximo. Boa parte da geração de hoje está mais aberta ao ensinamento, aos questionamentos e ao acolhimento. Para que possamos continuar nesse momento de crescimento enquanto sociedade, é preciso olhar e cuidar da educação das crianças. Ensinar a elas, desde muito cedo, a importância sobretudo de respeitar as diferenças. Porque o mundo é diferente, as pessoas são diversas e os pensamentos, distintos. Mas uma característica é comum e necessária em todos os âmbitos: o respeito. Neste artigo, Clube de Leitura Quindim mostra alguns direcionamentos para ajudar nessa importante missão.

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A convivência e o exemplo são importantes para ensinar a respeitar as diferenças

A importância de respeitar as diferenças

Não há nada mais simples e natural do que ensinar a respeitar as diferenças pelo exemplo. Então, sempre que possível, analise o convívio na sua casa, ou seja, as falas e atitudes dos adultos, para que os pequenos possam sempre se espelhar em atitudes e narrativas positivas. Além disso, vale ressaltar a importância de conviver com grupos plurais, que tragam perspectivas e ensinamentos diversos. Lembre-se de que os valores aprendidos na infância são levados à vida adulta.

O melhor caminho é sempre um diálogo franco com os pequenos, respondendo a questões que parecem novas para eles naquele momento de vida. Nesse sentido, se faz necessário, ainda na infância, a introdução sobre a diversidade, em todo seu âmbito racial, de gênero, cultural, social, físico, entre outros importantes temas (a nossa lista de livros sobre diversidade para crianças pode ajudar nisso). Explique que existem diferenças e que elas precisam, a todo momento, serem respeitadas. Mais uma vez, todas essas atitudes comportamentais serão naturalmente adotadas pelos pequenos. Ambientes harmônicos, respeitosos e que zelam sempre por respeitar as diferenças serão o espelho mais espontâneo da criança.

É importante também entrar na questão do não julgamento, que, naturalmente, se conecta com o respeito pelo outro. Para que esses diálogos sejam fluídos, exemplifique falas e atitudes que possam parecer julgadoras e explique o quanto são perigosas no processo de sociabilização. Sempre que puder, demostre que o melhor caminho a seguir é pelo acolhimento e escuta ativa. Esse assunto, aliás, é também de extrema importância para que os pequenos aprendam a respeitar as diferenças. No momento que elas aprendem a ouvir de forma generosa, acontece de forma natural o entendimento da pluralidade.

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Respeito pelo que está no entorno

Como ensinar a criança a respeitar as diferenças

O olhar cuidadoso ao ambiente em que se vive, com os animais e a natureza, é um processo importante a ser aprendido ainda na infância. Pais e cuidadores devem mostrar aos pequenos a importância de saber dividir o espaço, partindo da premissa de que o mundo é um lugar feito para todos. Nesse sentido, o apreço com os animais e o cuidado com a natureza se conectam de maneira muito importante no ensinamento sobre o que é respeito. Enquanto os bichinhos ensinam muito sobre responsabilidade, cuidado e amor, o verde é a esperança de um mundo melhor, que depende da escolha da criança de hoje para que seja habitável para o adulto de amanhã.

Princípios da tolerância da Unesco

Durante uma Assembleia Geral da ONU, em 16 de novembro de 1966, foi estabelecido o Dia Internacional da Tolerância. Para a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, a Unesco, a data é de extrema importância por ainda vivermos em um mundo marcado por muito extremismo, ódio e fanatismo. Neste dia, são promovidas iniciativas que visam ao entendimento mútuo e celebram as diferenças e o respeito às culturas, tradições e crenças diversas. Em 1995, no mesmo dia 16 de novembro, a Declaração de Princípios de Tolerância foi adotada pelos Estados-membros da Unesco. O documento reitera “o respeito e a apreciação da rica variedade das culturas do mundo e formas de expressão”. Veja as recomendações descritas na Declaração:

  • Lei: os governos são responsáveis pela aplicação das leis de direitos humanos e pela proibição e punição de crimes de ódio e discriminação contra minorias;                              
  • Educação: maiores esforços para ensinar as crianças sobre tolerância, direitos humanos e outros modos de vida, tanto em casa quanto na escola;
  • Acesso à informação: desenvolver políticas para gerar e promover a liberdade de imprensa e o pluralismo da imprensa, para permitir que o público diferencie fatos e opiniões;                              
  • Consciência individual: incentivar as pessoas a ter consciência do vínculo entre seu comportamento e o círculo vicioso de desconfiança e violência na sociedade;
  • Soluções locais: ferramentas de ação que incluem desacreditar a propaganda odiosa, criar grupos para enfrentar problemas e estabelecer redes de base para prestar solidariedade às vítimas da intolerância.      

Quando buscamos criar os pequenos para respeitar as diferenças, é interessante levar em conta esses princípios e entender como podemos aplicá-los em nossa casa, em nossa comunidade. Como você tem lutado por um mundo mais tolerante?

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