Você sabia que algumas palavras têm origem racista? Pois o Clube de Leitura Quindim fala da importância de retirarmos esses termos de nosso vocabulário e mostra uma lista com algumas dessas palavras racistas.
A IMPORTÂNCIA DE RETIRAR PALAVRAS RACISTAS DO NOSSO VOCABULÁRIO
A linguagem é um universo rico e muito plural. Diariamente, uma pessoa pode chegar a pronunciar até 20 mil palavras. Dessas, quantas você de fato conhece o verdadeiro significado? E não estamos falando da definição fiel, escrita no dicionário. Aqui, a questão é muito mais profunda. É sobre o entendimento da expressão, de onde ela vem e o que ela representa na História do Brasil.
Inúmeros termos são ditos com teor racista e remetem aos tempos da escravidão, mas muitas pessoas que os dizem desconhecem a origem dessas palavras. Pessoas negras vivem essa sensação de desconforto na fala de conhecidos, chefes, colegas. Por diversos motivos, elas não comentam ou explicam a origem de tais expressões, seja por falta de intimidade ou simplesmente por estarem cansadas de falar e orientar sobre esse assunto.
O fato é que, em pleno 2021, é mais do que importante e responsável entender que a fala tem um poder gigantesco e uma capacidade enorme de fazer a mudança. Portanto, rever o vocabulário e revisitá-lo sempre que necessário é essencial para eliminar de uma vez por todas termos racistas e que remontam a um período tão triste da nossa História.
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ALGUMAS PALAVRAS RACISTAS PARA ELIMINARMOS DO NOSSO VOCABULÁRIO
O Clube de Leitura Quindim consultou a cartilha Racismo Sutil, do Programa Sesc e Senac de diversidade – Para Todos e traz aqui alguns termos racistas ainda muito utilizados. Fica o convite para todos os leitores refletirem sobre cada um deles e eliminá-los de uma vez por todas das suas falas.
- A coisa tá preta: a palavra “preta” nessa expressão tem conotação ruim, trazendo a uma situação perigosa ou complicada. No lugar, diga apenas: “a coisa tá difícil”.
- A dar com pau: essa é um exemplo de expressão de origem escravocrata. Nessa época, quando os navios traziam povos escravizados, diversas pessoas preferiam a morte a ter que viver como escravos. Elas, então, faziam greve de fome, mas eram forçadas a se alimentar com um tipo de colher de pau grande. A comida era jogada agressivamente pela boca, forçando as pessoas a comerem. No lugar, fale “bastante” ou “muito”.
- Cabelo ruim ou duro: termos que depreciam o cabelo de pessoas negras. De teor racista e usada como bullying, essa expressão deve ser urgentemente substituída por “cabelo crespo”, “afro” ou “cacheado”.
- Cor de pele: pare e pense a qual tom que remete a essa fala. Cor rosa-claro. Quer dizer que todas as pessoas têm esse tom de pele? Óbvio que não. Então, no lugar, diga apenas “rosa-claro” ou “bege”.
- Cor do pecado: essa é uma clássica dita como forma de “elogio”. Para começar, a fala sexualiza uma mulher negra. Além disso, o pecado em uma sociedade pautada pela religião traz a conotação de “errado”, “não permitido”. Portanto, falar que uma mulher negra tem a cor do pecado tem significado ruim em diversos sentidos. Não use a expressão.
- Criado mudo: mais uma fala que tem relação com a escravidão. Os criados, que eram os escravizados, seguravam objetos para seus senhores e eram proibidos de falar. O termo vem justamente daí, portanto, elimine-o do vocabulário. Diga “mesa de cabeceira”.
- Doméstica: as mulheres negras escravizadas, que trabalhavam dentro das casas de famílias brancas, eram consideradas domesticadas. No lugar, diga “funcionária”.
- Fazer nas coxas: para produzir telhas, os escravos utilizavam suas coxas para moldá-las. Obviamente, as telhas seguiam os formatos individuais dos corpos e tinham cada uma um tamanho, não se encaixando bem umas nas outras. Eram consideradas mal feitas. No lugar, diga “mal feito”.
- Lista/Humor/mercado negro: lista negra é utilizada com teor ruim para falar de uma pessoa excluída de grupos ou de determinada situação. O humor negro, por sua vez, traz referência ao temperamento ácido. Já o mercado negro remete a um sistema ilegal de vendas. Substitua por lista proibida, humor ácido e mercado clandestino.
- Não sou tuas negas: de caráter extremamente racista e machista, o termo traz a mulher negra como “qualquer uma” ou “de todo mundo”, remetendo ao tratamento de mulheres escravizadas que, infelizmente, eram assediadas e estupradas. A expressão precisa ser urgentemente eliminada.
Essas são apenas algumas das inúmeras palavras racistas ditas diariamente por diversas pessoas. Consulte o material completo da cartilha, pesquise, se informe e elimine esse tipo de expressão.
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