Nesta história, somos apresentados a Sombrio Soturno da Silva, um guarda-chuva preto com cara de poucos amigos, sempre fechado, pessimista, não podia ver um dia ensolarado, que logo vinha com seu baixo astral: - “É... mas a tarde vai chover...”.
No entanto, como a vida é cheia de voltas e reviravoltas, um dia o amor chegou de surpresa e mudou o seu destino. Isso aconteceu em uma noite de tempestade durante uma ida à ópera - única coisa que Sombrio gostava além da chuva - para assistir a sua peça favorita, Madame Butterfly. No entanto, não havia ópera nenhuma, Sombrio não leu as letras miúdas do cartaz. Era uma apresentação de dança inspirada na ópera, e isso o deixou extremamente irritado, reclamou, xingou, esbravejou, abriu, fechou, mas para não perder a viagem decidiu assistir. Ali começou uma linda história de amor entre Sombrio e Yoko, a bela sombrinha japonesa, de cabo de bambu, com copa de seda lilás e flores de cerejeira pintada a mão. Foi paixão à primeira vista.
A vida do guarda-chuva se transformou e em pouco tempo era outro. Trocaram segredos e conhecimentos. O amor pulsou e nasceu uma radiante alegria de viver e ver o mundo a partir desse amor. Sombrio se desenguardachuvou...
Com um texto solar, Claudio Fragata, inspirado e homenageando a escrita de Sylvia Orthof, nos apresenta essa história de amor pouco convencional como uma alegoria das surpresas e alegrias da vida, que sempre devemos nos abrir às possibilidades em flopts e flapts, como um guarda-chuva.
A ilustradora Raquel Matsushita usando pente, tampa de remédio, papel-toalha e até gomo de mexerica e biscoito waffle como carimbos, nos apresenta ilustrações chuvosas, que se abrem aos poucos para a alegria do sol. No início as cores são mais neutras e “sombrias”, e conforme a história se desenvolve, as cores se tornam mais vivas e alegres, como um dia de sol.
E assim, iniciando em uma tempestade, a história de amor entre Sombrio e Yoko termina com um lindo sol brilhante. Essa é uma história de final feliz? Claro que é. De amargo, chega o jiló.