A campanha do Itaú Social, que desde 2010 leva gratuitamente ótimos títulos de literatura infantil aos quatro cantos do país, passou por uma repaginação, a começar pelo nome, que agora é “Leia com uma criança”. A ideia, que por si só já era maravilhosa, ficou ainda melhor ao aplicar, no novo nome, a diferença que faz ler junto com uma criança, e não somente ler para ela.
Segundo o site do programa, “a mudança do nome de ‘Leia para uma criança’ para ‘Leia com uma criança’ reforça a concepção de que todas as crianças, sem exceção, são inteligentes, plurais, leitoras do mundo e sujeitos de direitos”.
Nada melhor do que colocar tudo isso em prática, certo?
A criança no centro da experiência
Assim como o programa do Itaú Social, aqui no Clube de Leitura Quindim nós acreditamos que toda criança, por mais novinha que seja, deve estar no centro do seu processo de aprendizagem. Isso passa, sem nenhuma dúvida, pela leitura.
Assim, quando você passa a ler com uma criança, ela descobre que tem voz e a coloca em uso: pergunta sobre a história, fala sobre o que vê nas páginas e interpreta as linguagens presentes do livro à sua maneira.
Toda entrelinha é um universo, e há espaço de sobra para conversar tanto sobre os seus próprios sentimentos, quanto sobre aqueles que a história provoca também em você, o adulto leitor com quem o pequeno compartilha esses momentos.
Quando somente se lê para uma criança, uma parte importante dessa janela para o diálogo acaba por se fechar. Há um grande risco de nos colocarmos como centro do processo, não só contando a história mas ainda por cima dizendo o que se deve pensar sobre ela e até mesmo como a criança deve se sentir. Há grandes chances de ler a história, fechar o livro e ponto final.
A riqueza da troca, tão fundamentalmente importante para a formação dos pequeninos como pessoas, cidadãos e leitores, não chega a se perder totalmente, é claro. Mas ela poderia ser muito maior, mais intensa, mais profunda e duradoura.
O vínculo que se fortalece nessa parceria leitora também é muito precioso. A criança compreende, desde muito cedo, que você, assim como ela, não sabe tudo e aprende o tempo todo. Vocês caminham lado a lado. Se em alguns momentos é você quem irá liderar a travessia; em outros, certamente será ela.
Como funciona o programa “Leia com uma criança”
Os números são impressionantes: desde a sua criação, o programa “Leia com uma criança” já distribuiu 61 milhões de livros impressos, incluindo 32 mil obras em braille e fonte expandida, e 12 mil cópias de livros audiovisuais.
Para solicitar as obras oferecidas em 2022, as instituições interessadas devem acessar a página do programa e preencher o formulário dentro do prazo indicado no Edital, que vai de 8 de agosto a 2 de setembro.
Podem se candidatar Secretarias Municipais de Educação, Prefeituras e Conselhos Municipais, além de Organizações da Sociedade Civil, como Bibliotecas Comunitárias, Associações de Moradores e outras instituições sem fins lucrativos, onde os títulos serão compartilhados pelo maior número possível de crianças.
Dentre os inscritos, será feita uma priorização levando em consideração os detalhes do Edital do programa, que incluem a localização dos municípios e as propostas de projetos de leitura, dentre outros. A ideia é fazer que as obras do programa cheguem efetivamente até quem mais precisa.
O resultado será informado pelo e-mail cadastrado pela instituição na plataforma do Edital. Por e-mail também serão fornecidos os códigos para rastreamento dos livros quando estes forem enviados.
A oferta dos títulos apenas para instituições foi uma das mudanças mais importantes do “Leia com uma criança”. Até 2020, a solicitação dos livros poderia ser feita por todas as pessoas físicas interessadas, que para isso preenchiam um cadastro no site e recebiam os títulos diretamente em casa.
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A seleção dos títulos do “Leia com uma criança”
Anualmente são escolhidos dois títulos, em uma parceria do Itaú Social com a Associação Vaga Lume, uma organização sem fins lucrativos que realiza a curadoria dos títulos. Nesse processo, são considerados aspectos como o tema do livro, a qualidade do texto e das ilustrações, e sua relevância para o universo da infância.
Em 2022, foram escolhidos livros que destacam e valorizam histórias, pessoas e culturas negras e indígenas para valorizar as diferenças e buscar diminuir as desigualdades.
Os títulos selecionados foram: A pescaria do Curumim e outros poemas indígenas, de Tiago Hakiy (texto) e Taísa Borges (ilustração), da Panda Books; e De passinho em passinho: um livro para sonhar e dançar, de Otávio Júnior (texto) e Bruna Lubambo (ilustração), da Editora Companhia das Letrinhas.
Este último, inclusive, já foi enviado pelo Clube Quindim para seus assinantes. Aproveite para conferir outros títulos enviados pelo “Leia com uma criança” que também foram selecionados pela curadoria do nosso clube de assinatura de livros infantis:
- E o dente ainda doía, de Ana Terra, da Editora DCL;
- Gato pra cá, rato pra lá, de Sylvia Orthof (texto) e Graça Lima (ilustração), da Editora Rovelle;
- Em cima daquela serra, de Eucanaã Ferraz (texto) e Yara Kono (ilustração), da Companhia das Letrinhas;
- Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque (texto) e Ziraldo (ilustração), da Autêntica;
- A festa no céu, de Angela Lago, da Editora Melhoramentos;
- O Tupi que você fala, de Claudio Fragata (texto) e Maurício Negro (ilustração), da Editora Globinho;
- Com que roupa irei para a festa do rei?, de Tino Freitas (texto) e Ionit Zilberman (ilustração), da Editora do Brasil.
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Como fica o programa para pessoas físicas interessadas
Para a população em geral, estão disponíveis 14 títulos na chamada Estante Digital no site do “Leia com uma criança”. E vale dar a dica: a coisa toda é tão prática que os interessados podem pedir os arquivos em formato .pdf até mesmo pelo WhatsApp, prontamente possibilitando a leitura pelo celular.
Como não existe educação e avanço sem inclusão, o “Leia com uma criança” oferece também uma biblioteca digital de títulos audiovisuais acessíveis. São 20 títulos em múltiplos formatos e para crianças de diferentes faixas.