Em agosto, o Clube Quindim enviou para seus assinantes livros infantis incríveis para ler e refletir. Pronto para conhecer o peixinho Triz que nos mostra a força da coletividade? Ou então o Dr. Sebastião que nos ajuda repensar a nossa rotina corrida? Ou mesmo a história de Nicolau que com apenas uma ideia influenciou muita gente? Então vem conferir as dicas de livros que separamos este mês!
Dicas de livros para pré-leitores (0 a 2 anos)
O pai da mamãe
Neste livro, em uma brincadeira entre palavra e imagem que traz um humor leve, acompanhamos a personagem falando do pai de sua mãe, tão diferente do vovô, até que, por fim, ela chega em casa e sua mãe chama o vovô de pai. Afinal, o vovô é o pai da mamãe? Uma questão interessante nessa obra é que ela contrasta a figura do pai e do avô, mas mostra como, em ambos os momentos, o pai/vovô praticou uma paternidade ativa! Mesmo com as diferenças marcantes entre a juventude e a velhice que acompanhamos na obra, percebemos que tanto o pai engravatado e de sapato fechado quanto o avô de bermuda e chinelo conseguiram impactar de forma muito positiva a vida das suas pequenas, levando-as à praia, ensinando-as a nadar e, simplesmente, estando presentes em sua vida.
A quatro mãos
Neste livro, acompanhamos a passagem do tempo em uma história que retrata principalmente a potência do carinho e do cuidado da família. A quatro mãos é uma obra que trata do nascer, do crescer, do tornar-se adulto, da velhice e, por fim, da morte. Afinal, por mais que o crescer traga suas dores, desafios, ele também é marcado por momentos alegres junto daqueles que seguram nossa mão a cada passo. São as pessoas que, mesmo quando sentimos que as perdemos, continuam conosco em suas palavras, seus risos e até mesmo suas broncas, que tanto nos ajudam a amadurecer. É uma obra muito potente e não poderia ficar de fora das nossas dicas de livros para refletir, pois nos faz pensar sobre a força da família, do carinho, do apoio, do cuidado.
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Dicas de livros para leitores iniciantes (3 a 5 anos)
Triz
Triz nada muito rápido e consegue escapar de todos os seus predadores. Mas, após perder seu cardume, ele passa muito tempo sozinho até encontrar outros peixinhos pequenos como ele que precisam de sua ajuda para explorar o mar em segurança. Os peixinhos vermelhos ficam em perigo nadando a sós, mas Triz acha uma solução para proteger a todos! Quando eles se juntam e nadam em cardume, no formato de um grande peixe, eles afugentam seus predadores e podem explorar o mar em segurança. É uma obra interessante para nossas dicas de livros infantis pois mostra como a coletividade tem uma grande força para nos proteger, seja no fundo do mar ou nas pequenas atitudes que tomamos diariamente em nome de um bem coletivo.
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Nicolau tinha uma ideia
Quando todos só tinham uma ideia, Nicolau decidiu contar a sua para os outros. Em breve, todos tinham muitas ideias. E elas só se tornavam mais ricas a cada novo encontro. Vivendo em sociedade, é natural que tenhamos acesso a diferentes formas de ver o mundo, diferentes ideias, hipóteses etc. Entretanto, muitas vezes, pode acontecer como o que mostra o início desta história, quando acabamos nos isolando e não compartilhamos as nossas ideias, tampouco ouvimos o que os demais têm a dizer. Por mais que isso possa acontecer de forma involuntária, é importante nos lembrarmos da potência de um debate, de uma troca. Para entendermos o outro e até mesmo repensarmos algumas das nossas visões. Estar aberto a outras perspectivas é transformador!
Dicas de livros para leitores autônomos (6 a 8 anos)
O meu avô
Neste livro, conhecemos dois personagens, o avô e o Dr. Sebastião, que, mesmo com seus encontros diários, vivem de forma muito diferente. Nesta era da produtividade, atividades que não tenham a finalidade de “produzir” algo, de atingir uma meta, podem nos parecer perda de tempo. Neste livro, porém, o avô da personagem não vê o tempo dessa forma. Ele se faz presente em cada momento, em atividades despretensiosas, seja cozinhando um espaguete caseiro nas tardes de chuva ou escrevendo cartas de amor. Já o Dr. Sebastião vive de outra forma, conforme nos mostra a imagem. Uma ótima obra para ler e refletir sobre a necessidade de produtividade e a nossa rotina. Afinal, será que, se ele incorporasse algumas atividades despretensiosas em seu dia a dia, realmente perderia tempo?
Gente de cor, cor de gente
Neste livro de imagem, personagens de diversas cores de pele partilham emoções e sentimentos de dor, alegria, raiva, calor e tantos outros. A diversidade brasileira cabe em um tom só? Quantas cores precisamos para representar uma população tão plural quanto a nossa? Será que, mesmo diferentes, vivemos de forma parecida? Com as ilustrações deste livro, ganhamos a certeza de que a representatividade é essencial especialmente em livros infantis, pois ajuda os pequenos, no momento em que estão construindo seu repertório cultural, a perceber a dimensão da diversidade brasileira. Dentre as nossas dicas de livros em agosto, esse é ótimo para refletir sobre a pluralidade e diversidade cultural do nosso país.
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Dicas de livros para leitores fluentes (9 a 12 anos)
Zumbi assombra quem?
Neste livro, Candê descobre dois tipos de zumbi: o morto-vivo construído na mídia e Zumbi dos Palmares, ícone da luta pela libertação do povo negro no Brasil. Acompanhamos assim não apenas a história do menino Candê mas também uma narração do Tio Prabin sobre Zumbi dos Palmares. E essas duas histórias se conectam. Candê sente as dores de Zumbi, entende como essa vivência pode ser muito parecida com a dele em alguns aspectos. Nas dores e na força. E desconstrói a ideia do morto-vivo assustador que ocupava a cabeça do menino. Você sabia que o zumbi da cultura popular é inspirado pela escravidão haitiana? Nela, o zumbi seria um morto reanimado transformado em escravo pessoal daquele que o “acordou”. Daí vêm as conexões entre racismo e zumbificação que o narrador aborda nesta obra.
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Zoom
Para finalizar as nossas dicas de livros para ler e refletir, temos Zoom. Neste livro de imagem, o autor brinca com a aproximação e o afastamento, afastando-se cada vez mais da cena. Uma obra que faz pensar na forma como cada um de nós observa o mundo. Cada página pode ser considerada uma micronarrativa. E, a cada virar de páginas, o leitor se depara com um novo enquadramento, uma nova história. Repletas de elementos e com diferentes focos, as ilustrações pedem um tempo de leitura para criarmos nossa interpretação do que as imagens nos contam. E essas micronarrativas que encontramos ao lermos na sequência tradicional talvez não sejam as mesmas caso leiamos ao contrário. É uma obra riquíssima, que pede o envolvimento e a reflexão do leitor.