Um garoto e seu pai chegam à feira de antiguidades, ao ar livre numa espécie de largo com direito a uma bela vista da cidade. Entre os artigos usados e antigos que trouxeram para vender, está um grande espelho. E, durante a feira, quem transita por ele reage de alguma maneira, afinal, é difícil passar despercebido diante de si mesmo refletido.
Tem gente que para e faz fotografia, ou brinca apontando um espelho menor para o espelho do papai e então, muitas e muitas imagens são criadas. O cachorro que encuca com a sua imagem e jura de pé junto que ali se trata de um outro cachorro, que confusão!
E, me diz uma coisa: é verdade que fantasma não reflete no espelho? E que uma bruxa pode sair de dentro do espelho e oferecer uma maçã? É o garoto narrador que diz brincando com nosso imaginário e com os contos de fadas.
Pouca coisa resta no fim da feira. E o espelho? Olha, vamos torcer para sobreviva a uma bola desenfreada. Já pensou sete anos de azar?
Ao ler este livro, é provável que o desejo de sair pela cidade e visitar uma feira venha à tona. É provável também, que você olhe os espelhos da casa (se houver) de outra maneira. Que repense o quanto o seu trabalho é (ou não) prazeroso, ainda que ele ocorra aos domingos. E ainda, é bem possível que as possibilidades de ver a vida se ampliem.