Noite vira dia, de Richard McGuire, ilustra de forma poética o ciclo que testemunhamos diariamente: o sol sobe pelo céu, iluminando nossas casas, os rios, os mares, as praias, as montanhas, as cidades, até que desce novamente e a escuridão nos aconchega para dormir. E, da mesma forma que o livro fala de um ciclo, ele próprio tem essa característica: se partirmos da última página para a primeira, veremos que essas duas partes se conectam perfeitamente.
Para as crianças pequenas, que estão assimilando essas noções e aos poucos construindo o seu repertório de mundo, é muito interessante enxergar o dia a dia nas imagens, ver quantos lugares diferentes estão sob o mesmo sol que eles veem todas as manhãs.
Além disso, outro elemento interessante do livro é a repetição de sua estrutura textual, em uma parlenda: uma coisa vira outra, que vira outra, que vira outra, página a página. Mas essas associações entre um espaço e outro acontecem em um fluxo poético, nem sempre óbvio para o leitor, deixando-o sempre com uma pergunta na ponta da língua: o que virá a seguir?