Nas antigas florestas viviam criaturas desconhecidas, seres pouco amigáveis e um astuto pássaro, que para proteger os outros seres da floresta, avisava a todos dos perigos, principalmente sobre a bruxa maldosa que ali também habitava.
Com suas traquitanas e armadilhas, a bruxa capturava os animais da floresta para cozinhá-los, porém do alto das árvores um canto de alerta sempre vinha para tentar salvar os animais: - Cuco, Cuco, Cuco. A bruxa odiava o Cuco e não admitia haver alguém mais esperto que ela, e essa rivalidade crescia cada vez mais.
Uma noite, um forasteiro mercador de objetos raros e exóticos, chegou na floresta e foi até a bruxa. Ofereceu comprar todos os animais engaiolados, mas ela não se interessou por ouro e prata e antes de bater a porta na cara do mercador um som curioso saindo de uma caixa de madeira chamou a sua atenção. Era o objeto de seu desejo: uma caixa com o Cuco. Seus olhos faiscaram, uma nova proposta foi feita e em troca daquele pássaro encantador ele queria todos os animais capturados. A velha não resistiu à tentação! Com a troca feita, o mercador foi embora e ela teve que aguardar a tranca mágica da caixa do Cuco se abrir e com isso teve uma inesperada surpresa. Percebeu que havia sido enganada e prometeu vingança...
Com texto e ilustração de Alexandre Camanho, A casa do cuco, tem em toda sua obra uma áurea de inspiração dos clássicos contos de encantamento: ações de personagens, as ilustrações em traços delicados, com cores aplicadas vivamente sobre o desenho, reforçando o contraste entre elas, as figuras e o fundo que lembram o estilo de antigos livros, extremamente cheio de detalhes. A alternância entre páginas ilustradas e páginas que narram intensificam e ampliam o clima de suspense e perigo que paira no ar. Há também a moral da história, comum a esses textos: - “Ninguém nunca sairá completamente vencedor de uma disputa”.