Em um certo país, existe uma fábrica que dia e noite produz palavras. As pessoas precisam comprar e engolir uma quantidade de palavras, antes de pronunciá-las... mas há palavras que custam caro e, portanto, somente quem tem muito dinheiro pode possuir. Como falar tem um preço alto, muita gente vive de catar palavras em latas de lixo ou pegá-las com suas redes de caçar borboletas, quando uma palavra ou outra surge voando pelo ar.
Philéas é um desses meninos que contam com o acaso. Ele deseja abrir o seu coração a Cybelle. Mas como falar o que sente se custa tão caro? O menino busca saídas, enfrenta inclusive a sua insegurança diante de outro pretendente bem mais dotado de palavras, se mune de coragem e pronuncia com toda emoção as únicas três palavras que tem reservadas:
Cadeira Cereja Poeira
Tornar-se gigante por meio das palavras ditas com o coração ou ganhar voz é algumas das nuances desse álbum ilustrado. Philéas conquista a sua garota por quem é e como pronuncia as palavras. Para sociedades em que tudo o dinheiro compra, inclusive o conhecimento, a beleza e a liberdade, se faz necessário – de vez em sempre – voltar o olhar às forças que movem o mundo, como a igualdade social e os sentimentos genuínos, como o deste protagonista.