Jonathan Swift nasceu em Dublin e, com ano de idade, órfão de pai, foi levado secretamente para a Inglaterra; logo depois, em virtude de problemas políticos que ocorriam na época, voltaria a Irlanda. Esse vai e vem entre os dois países poderia alimentar a imaginação dos leitores quanto a sua vocação para refletir e escrever sobre difíceis temas sociais, com o balanço de uma ironia que tanto singra quanto sangra em duas direções. Ele foi poeta, panfletário político, o principal satirista em prosa da literatura inglesa, clérigo e reitor da Catedral de São Patrício. Em Dublin, obviamente.
Entre suas obras, destacam-se o provocativo texto Uma modesta proposta para evitar que os filhos dos pobres sejam um fardo para seus pais ou país, e como torná-los benéficos ao interesse público (1729) e As viagens a diversas e remotas nações do mundo, em quatro partes, por Lemuel Gulliver, a princípio cirurgião e mais tarde capitão de vários navios (1726). Originalmente, devido a sua visão aguda na crítica à sociedade e às intuições, Swift publicava suas obras de forma anônima ou sob pseudônimos, como Isaac Bickerstaff, M. B. Drapier, Simon Wagstaff ou... Lemuel Gulliver!