Se você tiver algo a dizer e ninguém quiser ouvir… Você diz assim mesmo?
Foi durante uma refeição que tudo começou. Na mesma hora em que falou aquela palavra diferente, foi repreendido e orientado a parar. No dia seguinte, tentou de novo, mas o grupo que encontrou só dizia “a”, então não deu certo. Também tentou com o grupo que dizia “b”, mas o resultado foi o mesmo.
Quando, finalmente, encontrou pessoas que diziam coisas variadas, como “c”, “d”, “e” e “f”, ficou muito animado! Será que ali seria o lugar onde poderia se expressar? Mais uma vez tentou dizer o que pensava, apenas para ser silenciado novamente.
Sem encontrar acolhimento, ele tenta ignorar Ximlóp. Mas é justamente ao reprimir suas próprias ideias que ele começa a desaparecer – uma metáfora poderosa para o silenciamento e a perda de identidade que ocorrem quando se abre mão de sua singularidade em um mundo cada vez mais homogêneo.
A obra de Gustavo Piqueira faz uma relação direta com os tempos polarizados em que vivemos, e com o perigo da uniformização de algumas ideias — e o sufocamento de outras. Além de provocar uma reflexão sobre a importância de expressarmos nossos pensamentos, sentimentos e crenças para fomentar o diálogo e a evolução da sociedade, este livro nos lembra da necessidade de persistirmos, mesmo quando nossas palavras parecem não encontrar eco.
Uma oportunidade valiosa de conversar com os pequenos sobre o valor da individualidade, das contribuições que todos nós podemos oferecer para o mundo e da relevância da nossa voz.