Clóvis nasce como um camaleão: livre e pelado. Os dias se seguem e a personagem parece apenas seguir um percurso que não é o seu de origem. Sem entusiasmo, nem pertencimento.
Até descobrirmos quem somos de verdade, há um percurso a ser cumprido. Experiência subjetiva e intransferível. Clóvis é um sujeito que passa por várias experiências ao longo da jornada da vida. Entre esquerda e direita, nuvens e chão, estrelas e tubarões, o protagonista veste a fantasia e se comporta como pede o meio. Dançar conforme a música parece o terreno mais seguro, até que um dia ele resolve “dançar com o coração”. Pouco a pouco, com passos aleatórios, criados por ele, vai se despindo de um uniforme que não lhe condiz mais.
A narrativa em preto e branco, pensada por Tino Freitas e Renato Moriconi, dialoga com as mais diversas idades. Crianças e adultos devem sentir a metáfora de maneiras diferentes e trocar diálogos prazerosos sobre o existir no mundo, a busca pelo espaço próprio e as parcerias que firmamos na vida.
O colorido fica por conta da descoberta feita por Clóvis no final.
As cores chegam ressignificando tudo.