Em uma lenda, passada de geração a geração, um grou, ave de grande porte, leva, em suas poderosas asas, as almas daqueles que partem para um belo lugar. Para alguns, é chamado de pássaro da felicidade; para outros, pássaro celeste.
Como um consolo, a lenda conforta o sentimento de perda ao dar à imaginação a tranquilidade de o ser amado estar em um belo lugar, o que equivale dizer que está bem. Além de trazer o acolhimento ao momento de luto, há a reflexão sobre a própria vida.
A lenda conecta os indivíduos da família. Mesmo com seu questionamento sobre como a alma do pássaro irá para esse belo lugar quando for a vez dele de partir, seja esse um traço de inocência ou de ceticismo, ele indica que vai repassar a lenda adiante... E ainda indica que vai dizer a seu filho que estar ao lado dele também é um belo lugar. Mais do que um livro sobre morte, ele é sobre vida e tradição.
Aos poucos, a imagem vai se afastando. Do recorte focalizado do olho, vamos para um olho mais distanciado. Em seguida, podemos enxergar a cabeça com um pedaço do bico. A ilustração se distancia e já é possível ver o pescoço e o início do tronco... até que o grou deixa de ser um animal para se tornar um origami na mão da personagem e acompanhar o desenvolvimento da história.