A história de Tom é narrada por seu irmão que busca entender por que o menino gosta da solidão dos pensamentos. Quando Tom o convida a seu mundo, ele fica sem saber como participar. Mas, observando Tom e acolhendo a forma dele de ser, ambos podem se conectar.
Talvez, numa primeira leitura, um diagnóstico venha à mente do leitor: Transtorno do Espectro Autista. No entanto, a verdade é que cabe neste Tom muito mais do que um rótulo, que pode ser estereotipado, impedindo várias outras formas de empatia e aproximação com o personagem. Pode sim se tratar de uma criança com autismo, mas também convida-nos a um entendimento mais abrangente. O que importa é que existe um Tom que enxerga, sente e entende o mundo a seu modo.
Nas imagens do livro, enquanto o irmão é retratado de forma realista, Tom é visto com o que poderia ser a sua aparência interior. Ora vazia, ora hospedeira de alguma imagem enigmática, como se, pelas ilustrações, também se buscasse entender Tom.