Pode ser o cheiro de bolo com café no meio da tarde. O som da torcida vibrando com um gol no finalzinho do domingo. As mãos enrugadas que moldam a massa que se tornará pão. O toque do casaco de lã macia em um abraço apertado, quase como uma nuvem fofinha. Ou, quem sabe, tartarugas passeando no quintal.
As lembranças mais preciosas nem sempre ficam guardadas de maneira nítida. Recordar os nossos avós pode ser difícil – talvez não lembremos com exatidão da cor dos olhos, do tom da voz ou do jeito de andar. Mas algo permanece impresso em nossa memória afetiva, guardado para aqueles momentos em que quisermos nos reconectar com quem já não está mais aqui.
A obra de Ángela Cuartas aborda, de forma delicada e poética, as diferentes maneiras pelas quais aqueles que amamos permanecem em nós. As ilustrações de Dipacho, com seu humor característico e detalhes curiosos, complementam o texto.
Um livro para ler com os pequenos e se emocionar, conversando sobre a passagem do tempo, a permanência do amor e as transformações que ele provoca em nós.