Os tamancos, a máquina de costura, o relógio, o trem, a porta... são tantos os sons que saem das coisas. E eles todos juntos formam uma música ritmada: TAC TAC, TEC TEC, TIC TAC, TOC TOC, TUC TUC. Nesta breve narrativa, ações do cotidiano de uma família, composta por uma mãe e três irmãs, se transformam em poesia a partir da evidência da musicalidade dos objetos em ação. À noite, os sons do dia cessam, restando apenas o silêncio.
Lembrança de sua infância, o som da máquina de costura de sua mãe e as cantigas japonesas cheias de onomatopeias fizeram Lúcia Hiratsuka perceber a magia das coisas diárias e inspiraram a produção deste livro. Nas ilustrações, feitas em desenho digital, os pássaros do tecido que a mãe costura saem do pano, costurando as paisagens da história. Ao longo da narrativa, a autora trabalha a sonoridade dos vocábulos, dando ritmo à história, bem como alterna o significado da palavra “canto” -- ora é a cantoria que sai das vozes das pessoas e dos objetos, ora o sentido de lugar onde se está ou se cria: um canto de casa, um canto de quintal, um canto de imaginação.