Ôh visitinha inoportuna essa às três da manhã, hein Jean Trumel? Do nada, o homem divorciado e solitário recebe um sujeito estranho, todo sabedor de sua intimidade e que anuncia sua morte em três dias.
Estarrecido e logo depois muito furioso, o protagonista busca respostas sem sucesso: quem está por trás disso tudo? Que brincadeira é essa? Mas, o sujeito é taxativo: “devo recolher a sua alma em setenta e duas horas” e anuncia que Trumel fora sorteado para viver três dias imensamente felizes, com seus desejos realizados antes de partir. O que ele quisesse. Menos adiar a hora da própria morte.
Depois de relutar muito contra o que se apresenta, Trumel entra numa corrida contra o relógio, visita o filho que mora distante e tem uma ideia que talvez possa adiar a sua morte. Passa a viajar para países com fusos horários distintos, escolhendo lugares em que o ponteiro do relógio estava em atraso em relação à cidade que mora. Numa corrida alucinada pela vida, driblando até mesmo a trapaça do tipinho que queria a todo custo alcançar a sua alma, Trumel atinge o seu objetivo. Em troca, paga um preço eterno.
Mistério, ação e humor é o que Hubert Bem Kemoun oferece nessa trama policial que parte de uma ideia comum a muitas histórias populares, o pacto com o diabo ou a morte.