Um pequeno filhote de raposa acredita saber mais sobre o tempo do que seu pai. Cinco minutos a mais de sono parece pouco para alguém cansado, mas a raposinha garante que, nesse tempo, ela consegue fazer todo o café da manhã... Porém, as ilustrações denunciam as condições caóticas em que a refeição fora preparada.
Para o filhote, não faz sentido ouvir que eles não têm tempo. Enquanto o pai está claramente preocupado com as responsabilidades, o filho desfruta do momento e de cada detalhe do caminho para a escola, para o parque ou mesmo uma festa. Olha para o céu, pisa em poças de água e conhece novas pessoas. Na hora de brincar, o pai-raposa acredita que uma hora é muito tempo, mas para o menino não. Aliás, pensam os pequenos, mal começaram a brincar!
Apesar de o tempo medido ser o mesmo, a relação com ele não é. O excesso de responsabilidades de um adulto o faz ficar de olho no relógio para não perder a hora. Mas a criança, com menos compromissos, não tem essa mesma pressa e preocupação. Assim, a narrativa apresenta um tempo relativo não só entre fases da vida e personalidades distintas de indivíduos, como também no envolvimento com suas atividades. Os momentos agradáveis passam mais rapidamente do que os não tão prazerosos. No final das contas, quando não quer que a leitura e a narração de histórias terminem, a própria raposinha é quem pede por mais cinco minutos para seu pai...