Sete patinhos nadavam tranquilamente pela lagoa quando apareceu por lá o Jacaré Barnabé. O réptil estava disposto a tudo para devorar cada um dos filhotes e, para isso, usou diversas estratégias: começou com o bom e velho bote, engoliu um dos patinhos, mas as pequenas aves foram ficando cada vez mais astutas, refinando as formas de fugir de seu predador. O Jacaré se disfarça de pirata, passa-se por uma distinta senhora, usa a máscara do Batman e finge ser o herói que caça o bandido.
A fábula de Caio Riter com ilustrações de Laurent Cardon insere elementos humanos à vida dos animais: um patinho que quer ser artista, outro que sente falta de colo, um jacaré que se fantasia e mente. Em uma história que mistura diversas referências dos contos de fadas, Sete patinhos na lagoa traz um herói enganado pelo vilão até conseguir se salvar com a sua astúcia. Sempre que um dos patos cai na armadilha do jacaré é engolido pelo predador, em uma referência à Chapeuzinho Vermelho e aos Três Porquinhos. No fim, resta a ave mais esperta.
O texto em versos rimados favorece tanto a musicalidade da língua como a ampliação do vocabulário já que, na busca por rimas, o autor usa sinônimos das palavras, variando seus usos. Além disso, a letra em caixa alta beneficia quem está na fase de alfabetização.
Nesse conto de acumulação (ou desacumulação, já que o número de patinhos vai diminuindo na lagoa e aumentando na barriga do Jacaré), as ilustrações cheias de movimento retratam um vilão cômico, um tanto estabanado, apesar de esperto. Rimos das trapalhadas desse animal que, afinal de contas, precisa se alimentar. Mas não é ele quem ri por último ...