Nos tempos ancestrais, todos os animais viviam como uma grande família. Muito unidos, todos eram amigos, e cuidavam uns dos outros. Cada um tinha seu lugar e ninguém era melhor do que ninguém.
Kapaxi, o tatu, havia recebido do Criador sapatos especiais que lhe conferiam hipervelocidade. Com eles, conseguia alcançar grandes distâncias em pouquíssimo tempo e, por isso, tinha a responsabilidade de ser o mensageiro dos animais. Ao receber, do Jabuti, a incumbência para convidar os parentes-animais para uma grande festa, Kapaxi, no entanto, começa a desafiar a todos para competir em corridas, supondo que seu talento garantiria a vitória sobre qualquer um. Contudo, o arrogante tatu está prestes a descobrir os perigos do ego e do orgulho, e vai aprender uma importante lição.
Cristino Wapichana aqui nos reconta a lenda de origem do tatu, mas há muito mais nessas páginas: ao longo da narrativa, somos levados a refletir sobre as características que nos tornam únicos e como, sendo melhor do que outra pessoa em uma alguma atividade, isso não nos torna superiores aos demais. Já as ilustrações de Maurício Negro são um presente para quem busca referências da fauna e da flora nacionais. Por vezes, estamos tão acostumados a ter majoritariamente cenários norte-americanos ou europeus nos livros que adultos e crianças vão se surpreender e se encantar com as cores e os detalhes deste belíssimo livro.
Eis, portanto, uma ótima oportunidade para fortalecer a autoestima dos pequenos, além de conversar sobre convívio e respeito às diferenças.