Gabriela queria saber o que acontece às coisas quando elas desacontecem, ou seja, quando deixam de ser do jeitinho que são agora. Se a semente desacontece para virar fruto, as nuvens desacontecem para virar chuva, o mar desacontece e vira espuma... e tantas outras coisas se modificam e se transformam para dar lugar ao que ainda está por vir, o que será que acontece com as ideias quando desacontecem? E com os sentimentos? E com as pessoas?
O texto poético de Alessandra Roscoe, acompanhado pelas ilustrações carregadas de sensibilidade de Odilon Moraes, nos coloca no mesmo lugar de questionamento da menina Gabriela. São questões delicadas, profundas e existenciais para qualquer idade. São estes elementos que permitem apresentar aos leitores uma crônica de caráter mais filosófico no que toca a finitude do mundo e talvez dos pensamentos.
Repare como os livro traz as impermanências da vida simbolizadas através do movimento das ondas, pelas aves cruzando o céu, pelos vaga-lumes que acendem e apagam, por um amigo que aparece e vai embora. Assim como as emoções, os momentos e as pessoas também vêm e vão. Em que você acha que eles vão se transformar?