Tudo começa com uma pequena mudança: se um gato resolvesse usar um chapéu tropeçaria em tudo, afinal, não conseguiria ver o que está à sua frente. Mas persistindo na ideia e continuando a usar esse bendito chapéu, ele precisaria ir além e agregar um novo acessório: um par de óculos para ajudá-lo a não tropeçar em tudo que lhe aparecer. Mas aí faltaria outra coisinha para complementar o visual com o chapéu e os óculos: que tal uma caixa para guardá-los e protegê-los de quedas? E então depois da caixinha viria outra coisa, e mais uma, e mais uma... E assim, o gato continuará sendo “só” um gato?
Uma divertida história sobre a nossa relação com os bens de consumo, que nos faz refletir: afinal, o que é realmente necessário, e o que é de fato acessório? No que essas pequenas mudanças podem alterar a nossa própria natureza (ali representadas como a natureza do gato) enquanto seres humanos? Devemos privilegiar o ter ou o ser? Com uma narrativa leve e muito questionadora, o livro fará o leitor pensar sobre o que é supérfluo, o que é essencial ao seu viver e as consequências em cadeia das escolhas.
A sequência de ilustrações mostra o gato deixando de pouco em pouco a sua natureza a cada incremento, assumindo características cada vez mais humanas, não apenas nas feições, mas também nos sentimentos de querer sempre mais... Será um caminho sem volta? A decisão final fica com o leitor.