Janjão, um menino valentão, domina as brincadeiras e decide brincar com a sua turma de rei dos piratas. Ele é o rei e ordena seus colegas a fazerem tudo o que deseja. O grupo cede, mesmo contrariado, porque Janjão impõe medo e é brigão. Então, jogam pedra no cachorro e roubam as frutas do pomar do seu Manuel. Até brigam com a Juju para Janjão levar a bicicleta dela.
Quando Janjão conta piadas e obriga todos a rirem, o valentão percebe que Pinote é o único que não faz nada do que ele manda. Dessa forma, obriga o menino a rir da sua piada. Pinote diz que pode sorrir com a boca, o que leva Janjão a zombar dele, dizendo que se ri com a boca. Pinote indica que não riria com o pensamento, já que este era livre. Isso faz com que Janjão obrigue Pinote a rir em pensamento, mas logo entende que não tem como saber o que o colega pensa de verdade e isso o desmonta.
A linguagem de quadrinhos de Alcy ajuda a instaurar a natureza do texto. Ao modo de uma charge, é uma denúncia contra os mais fortes e os balões de pensamento mostram que Janjão não é uma unanimidade. O interessante da história é perceber que não é com violência que se combate a violência, e que o pensamento crítico jamais poderá ser controlado pela força bruta. A narrativa instiga o leitor a querer ser mais como Pinote, que peita o valentão com inteligência e age de acordo com as suas convicções, do que como o restante do grupo que cede às ordens por medo.