Wendy, João e Miguel são irmãos. Um dia, Wendy, a mais velha, recebe a visita de um menino faceiro vestido de folhas e carregando uma flauta de bambu. Peter Pan havia entrado pela janela e procurava nas gavetas do quarto sua sombra perdida. Ao ser descoberto por Wendy, Peter lhe faz um convite: ir com ele à Terra do Nunca. Mas onde fica esse lugar? Como chegar lá? Wendy deveria levar os irmãos mais novos e para isso era preciso que todos aprendessem a voar.
Os irmãos viajam pelo céu estrelado rumo ao lugar onde o tempo não passa e as crianças não crescem. É nesse lugar que avistam sereias, salvam princesas, encontram os meninos perdidos e vivem muitas aventuras, fugindo do temido Capitão Gancho.
O principal conflito da narrativa acontece entre o pirata Capitão Gancho e Peter Pan. Enquanto o menino quer ser livre e resiste em crescer para não assumir responsabilidades, o pirata é perseguido pelo tempo, representado por um crocodilo que engoliu um relógio. Gancho é o homem que cresceu, usa calças compridas e é o chefe dos piratas. Em volta do conflito principal temos os meninos perdidos, os índios, os irmãos e a ciumenta fada Sininho, cada um também revela traços de personalidade profundos. O aprofundamento psicológico dos personagens é bem detalhado, nos permitindo uma reflexão que vai além dos arquétipos tradicionais como o bom e o mau. Peter e Gancho são antagonistas no que representam um para o outro, os mundos adulto e infantil. Gancho tem horror à infância livre representada por Peter, enquanto o tempo teima por correr atrás dele.
Peter Pan é mais do que um clássico de aventura, é um livro que nos mergulha na infância, em sentimentos de abandono, medo, a dor pelo fim da infância. Um livro cheio de emoção que pode nos revelar a nossa própria Terra do Nunca, onde a infância permanece guardada em forma de um menino vestido de folhas.