Anaiaiá nos convida a acompanhá-la em uma travessia íntima por territórios onde vivem sentimentos difíceis de descrever, silêncios tantas vezes acumulados e dores que podem ser quase invisíveis. A autora cria, com delicadeza e muita força, uma espécie de bestiário emocional, onde os monstros não são exatamente criaturas assustadoras, mas metáforas de estados de alma, medos e vulnerabilidades.
Cada monstro tem nome, rosto e traz uma breve história. Com traços delicados e até mesmo fofos, a autora dá a eles uma certa aparência de bichinhos de pelúcia, como se ao torná-los menos ameaçadores eles passassem a ser, também, mais fáceis de encarar e de compreender.
Ao longo da leitura, vamos reconhecendo nesses monstros alguns dos nossos próprios, além de dar nomes a outros, desconhecidos até então. Este livro que provoca, emociona e acolhe, é um convite ao autoconhecimento, à escuta de si e à coragem de olhar para dentro sem filtros. Assim, percebemos como viver com nossos monstros pode ser uma forma de fazer as pazes com eles, e com a gente mesmo.