Orelhas ou bico? Vai depender do ângulo que o leitor assumir. Para ajudar ou complicar, duas pessoas observam o ambíguo animal e defendem seus pontos de vista. É um pato! Não, é um coelho! Em um diálogo, as personagens têm certeza daquilo que veem e usam argumentos para indicar uma a outra qual seria a verdade. Após uma divertida discussão, os dois interlocutores reconsideram suas convicções e refletem que a realidade pode ser diferente daquela imaginada anteriormente. E logo uma nova discussão se inicia. A narrativa vem corroborar com a ideia de que mais importante do que uma resposta são as perguntas e a argumentação em um debate respeitoso.
Sem autoria conhecida, a primeira versão dessa imagem apareceu em 1892 na revista alemã Fliegende Blätter. Em seguida, a ilustração se popularizou com o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein. Isso porque a imagem cria um paradoxo visual, o pato-coelho pode até ser visto como uma coisa ou outra, mas também como as duas coisas ao mesmo tempo. A ilusão de ótica é gerada por ficar à mostra apenas a cabeça do animal, que é posicionada de maneira a deixar ambígua a ilustração. Já a história deste livro surgiu no dia em que a escritora Amy Krouse Rosenthal viu o ilustrador Tom Lichtenheld desenhar a imagem do pato-coelho.