Vô João adorava contar histórias para os seus netos enquanto limpava as ferramentas sentado na escada. Já narrara que aprendeu carpintaria com Gepeto e que fora vizinho de Cinderela, até convite para o baile de casamento ele recebeu. Mas a história que ele conta logo em seguida é a mais intrigante. Envolta de suspense e em um tom de narrativa clássica familiar, acompanhamos uma aventura que exige muita resiliência da personagem. Superadas as adversidades, ele conhece a versão de uma personagem injustiçado de uma narrativa infantil.
Em uma caixa, havia imagens de pinturas de Camilo Amarante Lobo e mensagens atrás delas, como se fossem cartões postais. A correspondência era de vô João com seu amigo Cosme Zanone, italiano, assim como ele. O amigo migrou para o Brasil e começou trabalhando no cultivo de café, mas depois tentou se estabelecer como fotógrafo. Costumava sempre mandar notícias até que, sem avisar, nunca mais mandou,
Com a falta de notícias do amigo, vô João viaja para o Brasil à procura dele. Usa como pistas os cartões com as localizações indicadas pelo amigo e também pelos selos. Mostra sempre as fotografias que carrega consigo para ver se alguém as reconhece. E, assim que isso acontece, começa uma aventura de desafios e mistérios. Em uma narrativa extremamente intertextual, a jornada investigativa do avô é instigante e tem clima de conto de fada, e, quem sabe, personagens também.