A história dos três porquinhos é uma narrativa curta que provavelmente nasceu no continente asiático e depois fixou-se entre as histórias folclóricas inglesas, contudo ainda viajando por outros povos, épocas e textualidades. Assim, os três porquinhos costumam frequentar os livros não ilustrados para adultos, os álbuns para crianças, os desenhos animados do antigo cinema, sem esquecermos tantas outras adaptações quem nem temos notícias. Mas uma coisa é certa: a cada vez, os velhos porquinhos ganham nomes e características diferentes.
Pois esta é a ideia básica que permite retomar a história em onze versões, criando trinta e três porquinhos num exercício de linguagem, paródia e novas sugestões. Eles podem ser batizados como Pernildo, Bisteco e Zé Toucinho, numa referência a porções da carne de porco que gostamos de comer, ou então Outônio, Florípedes e Gelópidas, ou terem outros nomes que evocam filmes de bangue-bangue, mafiosos, nobres nórdicos, astronautas e outras combinações estrambóticas como Granulfo, Pigmaleão e Quepórcs.
Para aumentar a bagunça, as páginas poderiam ser cortadas e as tiras embaralhadas, como neste trabalho conjunto de Torero, Pimenta e Edu produzindo um livro de arlequinada, espécie de livro brinquedo ou livro cenário. Para reforçar o clima de bastante confusões entre as partes da mesma história narrada de formas diferentes, as ilustrações aqui remetam o leitor à linguagem do cartum e ao ritmo das histórias em quadrinhos.