Maurício era um garoto de “Nove Nobres Anos” muito conhecedor da natureza e atento às pessoas e ao meio em que vive. Ao acordar, gostava de colher frutas no quintal, e eram tantas!
Com pouca idade já havia experimentado uns sofreres, como o relacionamento conturbado de seus pais. Os motivos das brigas não lhe eram claros, mas sabia que algo grave se passava, até o dia em que seu pai vai embora para nunca mais voltar. E foi preciso oferecer sorriso e força para sua mãe que se havia numa tristeza sem fim.
É dado então um novo desafio à vida do garotinho: ir à escola. Ele não queria de jeito nenhum. Achava que já sabia de tudo, o que mais a escola poderia lhe oferecer? Mesmo contrariado, segue para o seu primeiro dia de aula, o que não foi das missões mais fáceis. Há um momento em que, de tanto a professora falar, Maurício fica com a cabeça cheia demais e se sente muito diferente dos outros.
Mas há também encantamento em sua experiência na escola. Ele se apaixona. Primeiro, por todas as garotas. Depois, por uma delas em especial. E, enfrentando chacotas dos outros meninos-Rei, Maurício, que também tinha sua majestade, recita versos à sua princesa e lhe conquista.
A linguagem escolhida pelo narrador é uma prosa poética, entrelaçando as cenas com os pensamentos do protagonista. São muitas as lembranças e fortes são aquelas em que envolvem seu pai, ora um tenebroso que grita, ora um afago que faz até febre amornar. O texto é de André Moura com ilustrações de Alê Abreu, que apostou nas personagens e alguns objetos em preto e branco, e em toda a natureza e a imaginação bem coloridas.