Nesta bem humorada fábula visual, o pequeno leitor pode abrir mão das palavras por que a história funciona como um livro-imagem, tendo o verbal apenas a função informativa. Quem é Rosinha? O que ela fez? Foi passear. Quando? À tardinha? Onde? Rosinha andou pelo quintal, passou por cima do monte de capim, em frente ao moinho, atravessou a cerca, passou por baixo das colmeias... Como? Por quê?
Talvez a estas perguntas o leitor poderá criar suas próprias respostas. O que vemos nas páginas ilustradas por Pat Hutchins é a velha-nova história da caça e do caçador: a galinha e a raposa no encalço da penosa. Mas quem levará a pior? Sim, uma fábula sempre tem alguém que sai perdendo ou dança!
Com um ritmo tão amado dos desenhos animados, O passeio de Rosinha foi lançado em 1968 e fará pais e outros adultos lembrarem de personagens como Tom e Jerry, Careta e Mutreta, ou mesmo da série do Papa-Léguas dando uma coça de esperteza sobre o pobre Coiote. No livro, cada abertura de página desperta a simpatia e riso com as inúmeras tentativas da raposa abocanhar o seu jantar, mas a galinha — olha lá aquela sonsa distraída — parece nem perceber o que se passa às suas costas. Será que sim, será que não? Será que ela não ouve o coaxar dos sapos nem os piados dos pássaros? Qual o barulho de um corpo que cai na água? Impossível, essa galinha não perceber nada. Ela, sim, que deve ser eleita a personagem mais esperta das histórias de animais.