Pedrinho faz uma grande descoberta: sua sombra. Uma coisa que o acompanha aonde quer que vá, como se fosse a continuação de seu corpo. Então o garotinho passa a realizar experiências para saber mais sobre os movimentos possíveis da grande novidade.
Num dueto de comprovações físicas e imaginação, o protagonista desenvolve diálogos com a própria sombra e a coloca em provas. Às vezes, parecem mágicas. Aos olhos do menino, o mundo está diferente e ganha mais encanto. Pedrinho descobre que a sombra surge e desaparece de acordo com a luz, pois antes pensava que ela não o acompanhava para dentro de casa. E está tão entusiasmado com a descoberta que não vê graça em brincar com as outras crianças, a menos que Juliana – a menina de seus olhos – também participe.
É assim que Orígenes Lessa evoca o espanto do “novo”, típico da infância, trazendo questionamentos sobre o comportamento humano. O que nos alegra ou faria passar vergonha perante nossas atitudes? E Odilon Moraes cede imagens ternas, destacando o calção vermelho do garotinho, e dá uma pincelada de criatividade em mais um dia comum.