Em seu passo a passo, o jabuti segue em busca de água para saciar a sede. Depois de tanto andar pela floresta, acaba chegando até o mar, onde encontra uma baleia gigante que mal o vê e já cumprimenta com zombaria. Para ela, o pequeno não é capaz de chegar até a água e o desafia mesmo sabendo que, por ser salgada, não mataria sua sede.
O jabuti não se intimida e se diz capaz de amarrá-la! Volta à floresta para pegar um cipó e cumprir então a sua promessa valente. Mas, na volta, dá de cara com uma anta que também lhe insulta e desdenha de sua suposta força:
- Eu sou muito forte! Olha que eu posso amarrar você!
- Ah, isso eu duvido! – respondeu a anta.
Pois o protagonista da história tem uma ideia que vale por duas. Entrega uma ponta do cipó para a anta e propõe um “cabo de guerra”. E encaminha a outra ponta à baleia. Um, dois, três e.... As duas, furiosas, puxam o cipó com muita força. Uma, em direção ao monte de areia, a outra, ao mar. Foi um duelo e tanto. No final, o jabuti, mesmo despedaçado, segue rindo à toa.
A história contada por Stela Barbieri e Fernando Vilela aponta para convenções socioculturais sobre forte e fraco, grande e pequeno, medo e coragem. Fenômenos antagônicos que compõem o humano, cuja existência é permeada pelo revezamento dos mesmos. Que diga o jabuti que, no alto de sua glória, experimenta a queda e se refaz.