Após perder um olho, uma perna, uma mão – só um instante para eu conferir se foi só isso mesmo... sim, foi isso – Hipotálamo recebe alguns tostões e uma medalha de bronze em nome dos seus serviços prestados ao império de Micróbio e volta para casa. Passada uma vida inteira em combate, o guerreiro teria todo o tempo do mundo. Agora, ele poderia velejar em seu barco, olhar pela janela, andar pelas ruas, conversar, contemplar, ter dúvidas e encontrar tesouros.
Após presenciar uma cena em que Arquimedes demonstra toda a sua inteligência, Hipotálamo decide se tornar também um homem muito sábio e se dedica a isso. Descobre o ponto de apoio que moverá o mundo, mas não é levado a sério pelo mestre. Derrotado, pede pelo seu fim, deixando o seu cachorro amarelo desolado. Faz falta aos pescadores de sua vila e, pouco a pouco, suas mensagens e memória se espalharam por outros povoados. E em Quimera, cada dia mais pessoas buscam o lugar com uma mensagem divina. Era tanta gente em busca desse tesouro que foi preciso construir um labirinto para protegê-lo. Com o passar do tempo, e de tantas histórias recriadas a respeito do labirinto, poucos sabiam a sua verdadeira origem. Até que a força da natureza se ergue sobre Quimera, e arrasta o labirinto e os segredos de Hipotálamo para sempre da face da Terra.
Bem, acontece que, muitos, muitos anos depois, um grupo de monges decide recolher as histórias sobre Quimera e as reunir em um livro. E uma das histórias que gostavam muito é a do homem que conseguiu fugir da cidade antes de seu fim trágico, com o mapa do labirinto em mãos, que depois foi tatuado nas costas dos gêmeos Hércules e Íficles, para que alcançassem o melhor lugar do mundo.
É uma história sem fim. Professores buscam respostas, querem experimentar esse mistério, fazem apontamentos que nos fazem crer que de fato, tudo está interligado, e que o mundo, com todas as diferenças e distâncias, é um só. No livro, há muitas histórias verdadeiras e lendárias, todos temos um pouco de inventor, filósofo, herói e louco!