Jimmy Jibbett tem um problema. Fora o fato de ser irmão-sanduíche entre Lisi e Susu, uma adolescente histérica e o grudinho da caçula, ter um pai distante afogado em equações matemáticas e a mãe vivendo em outra órbita no seu atelier de moda, Jimmy é um artista nato — e isto é um problema e tanto para quem nasceu numa família mais ou menos incomum, mas bastante convencional nas lidas e conflitos diários. Jimmy não é popular na escola e, ao ver Charley Beemer se interessar por suas histórias em quadrinhos, até acredita que não estaria tão mal na fita, mas ter um amigo autoritário, claramente, não traz futuro! Ah, Jimmy também tem um tio compositor que costuma colecionar fracassos com seus musicais...
Pobre Jimmy, você poderá pensar. No entanto, aos dez anos e meio, a vida do talentoso e tímido menino está totalmente aberta para as emoções e as novas ideias que o mundo ao redor vai apresentando. Mesmo com suas esquesitices, todos em casa gostam de Jimmy. Nem sempre quem sorri e dá tapinhas nas costas é a pessoa mais generosa. E o que fazer quando tornar-se adulto, ele sabe muitíssimo bem: cartunista, trabalhar em um estúdio de animação, criar histórias. Como chegar lá é a questão! Como vencer as dificuldades? Será que ninguém gosta dele, ninguém o compreende? O que representa ter sucesso?
Seguindo o fluxo de capítulos muito semelhantes a quadros ou sketches, entremeando as ilustrações de Jules Feiffer e os quadrinhos criados por Jimmy, esta novela possui um narrador bastante intruso. Tudo transcorre com humor e análises que penetram no mundo interno das pessoas, cada vez que o personagem central se precipita em suas ações e julgamentos, quando se frustra ou quando realmente se isola para respirar e superar o obstáculo. Jimmy vai assim se organizando e cada vez mais criando melhores histórias.